O dólar subiu nesta terça-feira, 24, em relação ao real, pelo quarto pregão consecutivo – embora não tenha repetido o mesmo comportamento em relação a outras moedas emergentes. O real não está tendo folga, afirmam especialistas, por conta do estreitamento do diferencial entre os juros brasileiros na comparação com os americanos, que estimulam operações de hedge por aqui.
Nas últimas semanas, o mercado tem observado que está muito vantajoso para o estrangeiro comprar ativos no Brasil e fazer “hedge na moeda”, por conta do patamar mais baixo dos juros no Brasil e mais alto das taxas americanas e da libor, que interferem no cupom cambial. Como exemplo, além de comprar uma ação ou outro ativo qualquer, esse investidor compra também dólares e garante um retorno ao redor dos 3,5% nessa operação – sem contar o que obtiver com a valorização das ações e os dividendos que poderá receber. De acordo com um gestor, essas operações estão criando uma demanda por hedge mais alta do que o normal e que, paradoxalmente, indica confiança no Brasil, uma vez que não há movimento de proteção baseada na venda de ativos, mas, sim, de compra de ativos buscando a proteção via câmbio.
Hoje, o dólar à vista fechou em alta de 0,61%, cotado a R$ 3,4706, e movimentou US$ 1,3 bilhão. O dólar para maio, às 17h10, subia 0,45%, para R$ 3,47 e girava US$ 23,5 bilhões – o volume alto, na proximidade de vencimento de mês, também já tende a começar a interferir nas cotações. No mês, a moeda americana acumula alta de 5%. O fechamento de hoje continua sendo ao maior valor desde 2 de dezembro de 2016. A sessão de hoje também foi de expectativa para a pesquisa Ibope sobre as eleições presidenciais no Brasil, realizada no Estado de São Paulo, prevista para ser divulgada no Jornal da Band, às 19h20.