O dólar à vista fechou nesta sexta-feira, 27, em baixa, em um dia de pequeno alívio após uma semana de nervosismo no mercado. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,4627, com queda de 0,41%. O volume negociado foi forte, alcançou US$ 2,7 bilhões. Perto das 17h20, o dólar para maio caía 0,43%, a R$ 3,4620, e girava cerca de US$ 19,5 bilhões. O último dia do mês é a próxima segunda-feira, emenda de feriado do Dia do Trabalho, e por conta disso investidores já identificavam operações de rolagem dos contratos desde quinta-feira.
Diante da valorização que a moeda apresentou esta semana – na quarta-feira chegou a R$ 3,5155 no intraday -, alguns especialistas também afirmaram que houve espaço para realização de lucros. Na semana, a moeda americana acumulou valorização de apenas 1,58% em relação ao real – apesar de toda a tensão dos últimos dias.
De acordo com Bruno Foresti, gerente de câmbio do Ourinvest, os dados do PIB americano acabaram contribuindo para o dia de queda do dólar em relação às moedas de países emergentes. O PIB dos EUA cresceu 2,3% no primeiro trimestre, na taxa anual sazonalmente ajustada, ficando acima da previsão de +1,8%. No entanto, os gastos dos consumidores tiveram avanço de 1,1% no quarto trimestre, bem abaixo da alta de 4,0% do quarto trimestre e o resultado mais fraco desde meados de 2013. “Como o consumo cresceu mais devagar que o esperado, fica a sensação de que não haverá tanta pressão inflacionária e houve algum alento para aqueles que acreditam que o Fed não aumentará o ritmo de alta dos juros por lá”, afirmou Foresti. “O real, então, deu uma respirada. Mas a previsão para os próximos meses é de alta volatilidade no câmbio, principalmente em função de notícias relacionadas à eleição. Está todo mundo de olhos e ouvidos bem abertos”, afirmou.
Nesta tarde, foi a vez do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmar que o Brasil tem contas externas confortáveis para atravessar período de depreciação do real. Nas últimas semanas, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tem repetido as avaliações de que está atento ao câmbio e que poderá agir para evitar qualquer movimento excessivo, que não esteja ligado aos fundamentos.