O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil caiu de 53,4 em março para 52,3 em abril com ajuste sazonal, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 2, pela IHS Markit. Embora a redução indique uma perda de ritmo no crescimento, conforme a instituição, o resultado marcou o nono mês consecutivo em que o PMI ficou acima da marca neutra de 50.
As fábricas aumentaram a produção pelo 14º mês consecutivo, mas o avanço foi o menor desde outubro de 2017. A desaceleração do ritmo de alta da atividade pode ser constatada também no maior componente da pesquisa: o volume de novos pedidos.
A IHS Markit afirma que as novas encomendas cresceram da forma mais modesta desde janeiro devido às condições difíceis de mercado e pelo elevado nível de desemprego. Em abril, foram criados empregos, mas só marginalmente, destaca a entidade.
Contudo, houve uma recuperação sustentada no volume de novos pedidos para exportação com a depreciação do real, o que permitiu o avanço do total de vendas. Mas, ainda assim, houve aumento dos estoques pela primeira vez em quase três anos e meio, de acordo com a IHS Markit.
A valorização do dólar, por outro lado, elevou as pressões inflacionárias devido ao encarecimento dos materiais importados. A IHS Markit também relata que os empresários sentiram aumentos nas contas de luz e de seguros. Apesar disso, algumas empresas fizeram promoções para os consumidores.
“Parece que as empresas procuraram diminuir os custos por meio de cortes de empregos, tentando assim, aumentar os preços de venda em menor proporção do que o necessário para cobrir os custos mais elevados de matérias-primas. Decidir quais preços cobrar tem sido um problema de equilíbrios e ajustes de difícil solução para os fabricantes brasileiros”, analisa a economista da IHS Markit, Pollyanna de Lima.
Ainda assim, os empresários se revelaram otimistas com a produção nos próximos 12 meses, mostra a pesquisa da instituição.