O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta terça-feira, 8, que reduzirá, até a metade, os “spreads” de risco que cobra na composição das taxas de juros de seus empréstimos. Segundo o presidente do banco, Dyogo Oliveira, a redução foi possível porque houve queda na inadimplência e porque a instituição atualizou parâmetros na metodologia de cálculo de recuperação de crédito.
Os juros do BNDES são formados numa composição do custo básico, que é a Taxa de Longo Prazo (TLP, que segue as taxas dos títulos públicos NTN-Bs), mais um “spread” básico e mais um “spread” de risco, no caso das operações diretas. Nas operações indiretas, o “spread” de risco é cobrado pelo banco repassador.
Nas operações diretas, a queda no “spread” de risco ficará entre 25% e 50%, conforme a classificação de risco de cada cliente.
O BNDES possui a própria metodologia de classificação. Hoje, as empresas com melhores notas têm “spread” de cerca de 1%, disse o diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas. Já as firmas com as piores notas pagam cerca de 3,5%. No caso das operações indiretas, o “spread” de “intermediação financeira” do BNDES cairá do atual 0,23% ao ano para 0,15% ao ano.
“Isso tudo é derivado da revisão das metodologias de análise de risco de crédito”, afirmou o presidente Oliveira. “Mas o que estamos revendo é uma queda geral da inadimplência”, completou o executivo.
Desde o início do ano, o BNDES vem num esforço de reduzir seus “spreads”. Dyogo Oliveira admitiu que o movimento visa a fazer frente às quedas de custo de crédito, na esteira da redução dos juros básicos da economia.
“Com essas reduções de spreads, a gente vai cada vez mais reduzindo as taxas finais para os clientes”, afirmou o presidente do BNDES. “O BNDES está buscando ser mais eficiente, oferecer uma taxa final mais baixa para o cliente”, completou.