O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que, em situações de crise, como a atual, em que caminhoneiros em greve bloqueiam estradas, o melhor a fazer é “seguir em frente na posição” e não é possível “falar em entrega de cargo”. Em coletiva de imprensa para anunciar a redução de 10% do preço do óleo diesel e o congelamento por 15 dias, o executivo disse ainda que essa não foi uma decisão fácil de ser tomada pela diretoria, mas que foi unânime.
Por isso, defende que não será preciso que o governo ressarça a empresa por interferência política na gestão, como prevê o estatuto social da companhia, em casos de imposições feitas pela União na definição dos preços dos combustíveis. “Não vejo nenhum arranhão na liberdade da empresa em praticar seus preços. Não vejo que a independência e a autonomia tenham sido arranhadas. A Lei do Petróleo exige a liberdade de preços e temos que operar com o quadro legal do País e suas regulamentações”, acrescentou.
Ele informou que ligou para o presidente da República, Michel Temer, apenas após a diretoria tomar a decisão de reduzir o preço do diesel, o que, segundo Parente, comprova que não houve interferência do governo. O presidente da estatal negou também que, em reunião com a equipe econômica na terça-feira, tenha sido pressionado para tomar essa medida nesta quarta-feira. “Fizemos uma avaliação realista do que o País está precisando. Não tivemos pressões e contatos com o governo e movimentos sociais. O mercado (consumidores em geral) já demonstra sofrimento com o que está acontecendo”, disse.
Parente negou que a Petrobras possa adotar o mesmo com a gasolina ou que possa atender à reivindicação dos caminhoneiros para que os preços do diesel passem a ser reajustados a cada 90 dias.