A Mercedes dominou amplamente mais um Mundial de Fórmula 1, encerrado no último domingo com nova dobradinha de Nico Rosberg e Lewis Hamilton no GP de Abu Dabi. Entretanto, o fato de a equipe ter sido campeã do Mundial de Construtores e de o inglês ter faturado o campeonato de pilotos com algumas corridas de antecipação não evitou reclamações por parte do britânico, que viu queda de rendimento de seu carro nas provas finais da temporada.
Vice-campeão, Rosberg faturou seis poles consecutivas e venceu os GPs do México, do Brasil e de Abu Dabi no encerramento do Mundial. Após o treino de classificação para a prova árabe, Hamilton reclamou de acertos diferentes feitos em seu carro, enquanto o monoposto do alemão estaria com um melhor ajuste.
Ao comentar o fato, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, minimizou o peso das reclamações de Hamilton ao ressaltar que “múltiplos fatores” podem ter propiciado a sequência de vitórias de Rosberg na reta final do campeonato. “O carro está sendo desenvolvido e melhorado e, após (o GP de) Cingapura, nós desenvolvemos em uma direção e tivemos um aprendizado daquele fim de semana”, afirmou o dirigente, para depois acrescentar: “Se o carro ficou mais para o Nico do que para o Lewis, eu não sei. Pode ser um fator, mas eu não gostaria de reduzir a um único fator. Pode ter muitos fatores desempenhando um papel”.
Wolff ainda deixou a impressão, nas entrelinhas do seu discurso, de que Hamilton poderia ter “inconscientemente” relaxado nas corridas finais, até pelo fato de que conquistou o título por antecipação, embora tenha afirmado que o inglês “trabalhou duro” para conquistar o melhor resultado na pista nestas provas.
“Não acho que é uma coisa que aconteceria conscientemente, porque ele (Hamilton) ainda está forçando bastante e ainda é o mesmo cara, com o mesmo talento, e colocando o mesmo esforço nisso. Você tem de perguntar para ele, mas (o relaxamento) pode ser um fator”, analisou o chefe da Mercedes.
Hamilton se sagrou tricampeão da F1 somando um total de 381 pontos, contra 322 de Rosberg, enquanto o alemão Sebastian Vettel, terceiro colocado, fez 103 pontos a menos do que o inglês ao contabilizar 278.
TESTES – Após o fim da temporada, a Fórmula 1 ainda contará com um teste final de 2015 nesta terça, em Abu Dabi, onde a Pirelli irá disponibilizar os pneus que estão sendo preparados para o próximo ano. Os brasileiros Felipe Massa e Felipe Nasr não participarão destes trabalhos de pista, sendo que a Williams, equipe do primeiro deles, será representada pelo finlandês Valtteri Bottas, enquanto a Sauber, de Nast, terá o sueco Marcus Ericsson e o chinês Adderly Fong.
Já a Mercedes contará com o reserva Pascal Wehrlein, da Alemanha, a McLaren levará para a pista o belga Stoffel Vandoorne, enquanto a Lotus terá o britânico Jolyon Palmer. Mas, se estes três times utilizarão pilotos reservas nestes testes, Ferrari (com Vettel e o finlandês Kimi Raikkonen) e Red Bull (com o australiano Daniel Ricciardo e o russo Daniil Kvyat) escalarão seus titulares, assim como ocorrerá com a Toro Rosso do espanhol Carlos Sainz e do holandês Max Verstappen.
Já a Force India optou por levar para a pista um titular e um novato: o alemão Nico Hülkenberg e o mexicano Alfonso Celis. A Marussia, por sua vez, terá os novatos Rio Haryanto (Índia) e Jordan King (Grã-Bretanha). Os testes serão realizados ao longo de todo o dia nesta terça, para que os pilotos possam se revezar nos carros e testar os diferentes tipos de pneus fornecidos pela Pirelli.