Em uma decisão que promete ser revolucionária, o mundo do futebol dá um passo decisivo para introduzir vídeos e replays para auxiliar na arbitragem de jogos. Nesta quinta-feira, diretores da International Board aprovaram uma recomendação para que a tecnologia seja testada no futebol, depois de anos de debates. A decisão final será tomada no dia 4 de março, pela cúpula da entidade, ainda que a proposta aprovada represente praticamente um sinal verde para a ideia.
Em 2014, a Fifa e a International Board chegaram a debater a ideia. Mas adiaram o projeto diante da falta de um entendimento sobre como os testes ocorreriam. Parte dos diretores da entidade que zela pelas regras do futebol também não estava convencida sobre a eficiência da tecnologia.
Naquele momento, um grupo técnico foi estabelecido e, nesta quinta-feira, a recomendação foi de que os testes poderiam começar a ocorrer. Uma série de federações nacionais, entre elas a CBF, já indicaram que estão dispostas a realizar os testes em seus torneios.
Também contribuiu para a aprovação a queda de Joseph Blatter da Fifa. O uso do vídeo estava na agenda da International Football Association Board (IFAB) há seis meses. O órgão é espécie de diretório que se ocupa de proteger as regras do jogo formado pelas quatro federações britânicas e pela Fifa.
Mas, em 2014 e 2015, a Fifa bloqueou uma propostas de cartolas europeus para testar o uso de replay nos jogos. Novos estudos sobre os assuntos foram solicitados para este ano, assim como uma decisão. Mas não havia uma data para o início dos testes. Agora, com uma nova administração assumindo a entidade a partir de março, a esperança da IFAB é de que os testes possam começar, inclusive no Brasil, que pediu a autorização para testar o vídeo.
Provas já estavam ocorrendo com a Federação Holandesa de Futebol, permitindo em alguns jogos os árbitros mantivessem contato com outro juiz fora de campo e que estariam assistindo a partida por um vídeo. Se alguma dúvida surgisse, o árbitro poderia solicitar imediatamente o apoio.
Mas os holandeses esperavam um sinal verde em março para testar o sistema no campeonato nacional. Pelo menos mais duas federações nacionais – Inglaterra e Escócia – saíram em defesa do projeto. “Nós teríamos aprovado a ideia”, declarou naquele momento o presidente da federação escocesa, Steward Regan.
Mas, em 2014, a Fifa vetou. “Ainda não está claro o que seria a proposta do uso do vídeo”, declarou Jérôme Valcke, o então secretário-geral da Fifa. “Essa seria a maior decisão jamais adotada na história moderna do futebol e que teria um grande impacto no futuro do jogo”, argumentou. Com Valcke afastado e Blatter fora da entidade, a esperança é de que os testes se transformem em realidade.