Real Madrid e Atlético de Madrid repetiram nesta quarta-feira, no Santiago Bernabéu, a receita do clássico da ida das quartas de final da Liga dos Campeões. Como no Vicente Calderón, os times fizeram um jogo duro, truncado, no qual o goleiro Oblak saia novamente como principal personagem. Mas aos 43 minutos do segundo tempo, um nome improvável, praticamente esquecido no elenco do Real, mudou o rumo do confronto. Depois de perder várias chances, Chicharito Hernández, substituto do lesionado Benzema, selou a vitória por 1 a 0 e a classificação às semifinais.
O gol levou o atacante às lágrimas, flagradas pela tevê quando ele já estava no banco, substituído segundos após garantir a vaga. O Real chega a esta fase da competição pela quinta vez consecutiva e defenderá o título da temporada passada contra rivais de peso, uma vez que os outros classificados são Barcelona, Juventus e Bayern de Munique.
O time da casa começou dono da posse de bola nesta quarta, aproveitando a postura defensiva do Atlético. Chicharito, após boa jogada de James Rodríguez, finalizou sem direção aos 14. Pouco depois, Cristiano Ronaldo arriscou de longe, mas também errou o alvo. Os donos da casa tinham completo domínio, mas esbarravam na barreira do rival.
Os visitantes chegaram com perigo pela primeira vez somente aos 29, em chute de longe de Jesús Gámez defendido por Casillas. A resposta veio no lance seguinte, em cabeçada de Chicharito que passou rente à trave.
A torcida se inflamou e o jogo cresceu em emoção. O Real tentava encurralar o adversário e abusava dos tiros de fora da área. O melhor deles, aos 32, quando Oblak buscou bom chute de Cristiano Ronaldo. E foi o próprio português que teve a principal chance do primeiro tempo. Aos 43, Carvajal roubou e deixou com James Rodríguez, que acionou Ronaldo. Ele saiu de frente para Oblak, que mostrou reflexo para desviar.
O segundo tempo começou diferente do primeiro. O Real tinha a posse de bola, mas demorou somente três minutos para assustar, em ótima enfiada de bola para Chicharito, que bateu rente à trave. A pressão dos donos da casa era cada vez mais intensa, mas o time parecia sentir falta de nomes como Bale e Benzema quando se aproximava da área. Em duas oportunidades os zagueiros foram que levaram perigo: Varane e Sergio Ramos, em cabeçadas defendidas por Oblak.
O domínio madrilenho era tamanho que a primeira finalização a gol do Atlético no segundo tempo aconteceria somente aos 20 minutos. Koke recebeu com liberdade, mas cabeceou fraco, em cima de Casillas. A situação dos visitantes, que já era difícil, complicou ainda mais quando Arda Turán foi expulso aos 30 minutos, ao receber o segundo amarelo por solada em Sergio Ramos.
Demorou apenas quatro minutos para que Chicharito tivesse em seus pés nova oportunidade incrível. O mexicano recebeu, fez bem o giro sobre a marcação e bateu cruzado. Novamente, parou em Oblak.
Mas o atacante não perderia outro. Aos 42 do segundo tempo, Cristiano Ronaldo tabelou com James Rodríguez em velocidade e aproveitou um dos poucos vacilos da defesa adversária para sair de frente para Oblak. Diante da muralha eslovena, rolou no meio para Chicharito, que tocou para o gol praticamente vazio. Após quase 180 minutos, o zero saia do placar e a vaga estava garantida.