Chegou ao fim nesta terça-feira uma das novelas mais longas do ano até aqui: o argentino Jorge Sampaoli não é mais o técnico da seleção do Chile. A imprensa chilena vinha noticiando isso ao longo do dia e, no fim da tarde, a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) do Chile confirmou o acordo para que o contrato válido até 2018 seja rompido.
De acordo com a ANFP, Sampaoli fez diversas concessões para se livrar do contrato que o prendia à entidade com a qual ele não pretendia mais trabalhar. Abriu mão do prêmio pelo título da Copa América do ano passado, do “bicho” pelos últimos jogos nas Eliminatórias, das férias e do salário de janeiro. Não bastasse isso, ainda vai pagar uma multa à ANFP.
“Com este passo, a direção da ANFP cumpriu o objetivo de destravar a atual situação que afeta a seleção chilena, evitando a incerteza que implicava seguir com grandes ações judiciais”, disse a entidade, em nota.
Há apenas cinco dias, a ANFP havia informado que encerrara as negociações para a rescisão amigável do contrato de Sampaoli, alegando que ele só poderia romper o vínculo se pagasse os seis milhões de euros previstos em caso de quebra do documento. Até aquele momento, o treinador se negava a pagar a multa e as duas partes pretendiam ir à Justiça.
Sampaoli viveu uma lua de mel com a seleção chilena até levá-la ao título da Copa América do ano passado, a primeira conquista importante do país na modalidade. Mas a renúncia do ex-presidente da ANFP, Sergio Jadue, acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Fifa, e a divulgação das cláusulas do contrato do treinador com a entidade fizeram ele manifestar seu desejo de deixar o comando do Chile.
Livre no mercado, Sampaoli não deve demorar a achar emprego. O treinador já teve seu nome ligado a diversos clubes, entre eles o Porto, de Portugal. De qualquer forma, o argentino, finalista da Bola de Ouro de melhor treinador, deve ficar como alternativa aos diversos clubes que prometem buscar Pep Guardiola ao fim da temporada.