Depois de um início ruim nas provas olímpicas de natação do Mundial de Kazan, o Brasil conseguiu demonstrar alguma reação nesta quarta-feira na Rússia. Conseguiu classificar quatro atletas para as finais de quinta, com Etiene Medeiros nos 50m costas, Marcelo Chierighini nos 100m livre, Thiago Pereira e Henrique Rodrigues nos 200m medley. Matheus Santana e Joanna Maranhão pararam nas semifinais.
Henrique e Thiago mostraram que tiveram prioridades diferentes em suas preparações. Henrique, que foi campeão dos 200m medley no Pan, fez um resultado 1s39 pior do que em Toronto, mas avançou à final com o sétimo tempo (1min58s45). Thiago, por sua vez, melhorou 0s11 e, com 1min57s33, foi o terceiro mais rápido.
Ryan Lochte, entretanto, é o amplo favorito para a final. O norte-americano sobrou na outra semifinal, relaxou na chegada, e mesmo assim fez o melhor tempo das semifinais. Também o chinês Shun Wang foi mais rápido que Thiago.
Nos 100m livre, o Brasil também tinha dois atletas na semifinal. Marcelo Chierighini fez a parte dele e avançou à final com o tempo de 48s37, sexto mais rápido. Já Matheus Santana, recordista mundial júnior, ficou bem abaixo do que pode. Fez a semifinal em 48s52, longe dos 48s25 da Olimpíada de Juventude do ano passado, e acabou fora da final, com o nono tempo.
Na semifinal, apenas o australiano Cameron McEvoy nadou na casa de 47 segundos (47s97). O russo Vladimir Morozov venceu sua bateria, mas foi eliminado por queimar largada. O outro grande nome da prova na atualidade, o australiano James Magnussen, ficou fora de Kazan por lesão. Cesar Cielo (agora cortado do Mundial também por lesão) e o francês Manaudou preferiram se concentrar nos 50m livre.
Inscrita com o melhor tempo, Etiene Medeiros está na final dos 50m costas depois de ser a segunda mais rápida das semifinais da prova. Líder do ranking mundial, a brasileira ficou a 0s04 do seu melhor tempo do ano, com 27s41, atrás apenas da chinesa Yianhul Fu (27s18). Etiene é a atual campeã mundial de piscina curta nesta prova, que não é olímpica.
Assim, a única brasileira eliminada nas semifinais foi Joanna Maranhão. A veterana se aproximou do recorde sul-americano (2min09s38, feito no Pan), mas, com 2min09s69, fez só o 16.º tempo das semifinais, a exatos 2 segundos de se classificar para a final.
REAÇÃO – Até esta quarta-feira, o País não havia conseguido classificar nenhum atleta para finais das provas olímpicas individuais. Até então, só chegara à final de provas de 50m nos estilos peito e borboleta e no revezamento 4x100m livre, sempre no masculino. Agora, vai brigar por medalhas nos 200m medley e 100m livre, com três atletas.
Com Henrique e Thiago, chega ao fim também uma sina: os brasileiros que ganharam ouro ou prata em Toronto vinham decepcionando em Kazan. João de Lucca (ouro nos 200m livre), Felipe França (ouro nos 100m peito), Felipe Lima (prata nos 100m peito), Guilherme Guido (prata nos 100m costas) e Etiene Medeiros (ouro nos 100m costas) sequer chegaram às finais em Kazan. O revezamento 4x100m livre masculino, campeão no Pan, tinha expectativa de ganhar medalha no Mundial, mas terminou em quarto.
Por enquanto, o Brasil só subiu uma vez ao pódio em Kazan, com Nicholas Santos, que levou o bronze nos 50m borboleta, prova em que Cesar Cielo defendia o bicampeonato. Cielo, aliás, ficou só em sexto e já voltou ao Brasil, desistindo de nadar os 50m livre. Felipe França perdeu o bronze nos 50m peito por 0s01.