O esporte brasileiro de alto rendimento está mais uma vez envolvido em um escândalo de doping. Agora é no levantamento de peso, que teve duas atletas provisoriamente suspensas pela Federação Internacional (IWF, na sigla em inglês). Ambas treinam diariamente no Cefan, da Marina, no Rio. Uma delas é Aline Facciolla, de apenas 16 anos, atual campeã mundial no sub-17.
De acordo com comunicado da IWF, Aline testou positivo para o esteroide anabolizante boldenona, usualmente utilizado por cavalos. A jovem, natural da comunidade do Acari, no Rio, é mais forte do que qualquer garoto brasileiro da mesma idade.
No Campeonato Sul-Americano, em dezembro, no Peru, ela bateu o recorde brasileiro da categoria até 48kg levantando 169kg na soma de arranco e arremesso. O recorde sub-17 masculino na categoria até 50kg é de 175kg. Foi exatamente no Sul-Americano, entretanto, que Aline foi pega em exame antidoping, recebendo suspensão provisória. Agora, a IWF aguarda a contraprova para levar a brasileira a julgamento.
Além dela, também testou positivo para a mesma substância proibida Alexsandra De Aguiar Goncalves, da mesma idade. Natural de Duque de Caxias, Alexdandra também é atleta do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), da Marinha, e treinada por Carlos Henrique Aveiro, o Saul.
Questionada, a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP) disse que “não comenta casos em processo de julgamento e não tem autorização para comentar ou divulgar processos que estão correndo na federação internacional”. A entidade reforça que “apoia todas as ações da Wada, ABCD, ou quaisquer outras entidades de controle de dopagem no esporte”.
Os casos de Aline e Alexdandra aumentam a lista de brasileiros recentemente pegos em exame antidoping. No boxe, Clélia Costa, medalhista de bronze no Mundial de 2014, recebeu dois ano de suspensão. Uênia Fernandes, do ciclismo, está suspensa por quatro anos. Sua prima, Marcia Fernandes, cumpre outros dois anos. Atletismo e natação também tiveram casos recentes de doping.