Sem equipes estrangeiras, e com preocupação sobre as condições sanitárias das instalações, o Rio concluiu neste domingo o evento-teste de hipismo na preparação para os Jogos Olímpicos de 2016. Localizado em Deodoro, na zona norte da cidade, o Centro Olímpico de Hipismo recebeu 20 conjuntos de animais e cavaleiros para competições, sob olhar atento de 72 observadores internacionais. O evento e as instalações foram aprovadas e o risco de contaminação pela doença de mormo, uma infecção bacteriana que atinge os animais, foi descartado pelas autoridades.
A contaminação de um cavalo do exército pela bactéria mormo, nos arredores do Centro, gerou incertezas quanto à realização do torneio. O local foi isolado e ficará seis meses sem receber animais, seguindo o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS). As medidas adotadas, que limitam o acesso às cocheiras, foram aprovadas pelo diretor de competições da Federação Equestre Internacional (FEI), Tim Hadaway.
“Estamos acompanhando todos os testes, em contato com as autoridades. A área está isolada há seis meses, creio que há risco zero para os cavalos do torneio olímpico”, afirmou Hadaway, que acompanhou as competições na cidade. Apesar do otimismo, cerca de 500 animais ainda estão sendo examinados por técnicos do Ministério da Agricultura, que também interditou provisoriamente, na última semana, a Sociedade Hípica Brasileira, na Lagoa Rodrigo de Freitas, em função da ameaça de contaminação pela doença contagiosa, que leva ao sacrifício dos animais.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, acompanhou neste domingo a última etapa das competições do evento-teste, ao lado da família. A categoria de salto encerrou a programação, após competições de adestramento e cross country (percurso com obstáculos) realizadas desde a última sexta-feira.
Não houve público pago nas competições, apenas autoridades, equipes internacionais, observadores e alunos de escolas municipais convidados pela organização. Desta forma, o acesso do público pagante pelo transporte público não foi avaliado pelos observadores do evento.
Foram testadas as instalações do Centro, como pisos de competição, banheiros, sinalização, opções de alimentação e ainda a clínica veterinária do espaço, ainda em obras. A principal queixa dos observadores internacionais e chefes de delegações que vão competir no próximo ano foi quanto à ausência de animais internacionais nas competições.
Algumas delegações classificaram como “exagero” a lista de exigências sanitárias para a entrada dos animais, que precisariam passar por uma quarentena após as competições do Pan Americano de Toronto, no Canadá, no último mês. A organização do evento, entretanto, atribuiu ao custo do transporte a ausência das equipes.