O quarto e último dia do Troféu Brasil, neste domingo, em São Bernardo do Campo (SP), foi o mais produtivo para o atletismo brasileiro. Em apenas três horas saíram seis índices para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sendo quatro nos 200 metros – dois no masculino e igual número no feminino. Fabiana Murer ganhou no salto com vara.
Se no sábado o vento forte, acima do permitido, não deixou que os índices fossem ratificados nos 200m, neste domingo ele colaborou. Na prova feminina, Ana Cláudia Lemos (BM&F Bovespa) ganhou o ouro com o tempo de 23s08, abaixo dos 23s20 exigidos para ir à Olimpíada. O vento de 1,7 m/s desta vez ficou abaixo do limite de 2,0 m/s.
A surpresa ficou por conta da prata de Vitória Cristina Rosa, carioca de apenas 19 anos, que correu a prova em 23s11 e também garantiu índice. Geisa Coutinho (Orcampi/Campinas), já classificada para o Rio-2016 nos 400m, terminou em terceiro, com 23s30. Rosângela Santos não se inscreveu.
Entre os homens, Aldemir Gomes (20s44) e Bruno Lins (20s46) correram abaixo dos 20s50 necessários e garantiram o índice com ouro e prata, respectivamente. O jovem Antonio Cesar Rodrigues, de 22 anos, chegou muito perto, com 20s53.
Se mais de três atletas fazem índice em uma determinada prova, vão à Olimpíada os três melhores tempos de um ranking que começou a valer em 1º de maio e vai até 5 de julho do ano que vem. Os convocados para correr os 200m devem também obrigatoriamente participar do 4x100m, revezamento já classificado para o Rio no masculino e no feminino.
MAIS ÍNDICES – Nos 400m com barreiras, Hederson Estefani (Pinheiros) fez 49s40 e igualou a marca de qualificação para ganhar o ouro. Titular do revezamento 4x400m, também busca índice nos 400m rasos.
No salto com vara, Fabiana Murer (BM&F) só fez seu primeiro salto depois que todas as rivais estavam eliminadas. Passou 4,40m e garantiu o ouro. Subiu a vara para 4,55m, depois 4,65m, marca que ultrapassou de primeira. Com o índice de 4,50m assegurado, ainda tentou 4,75m, sem sucesso.
OURO – O domingo teve finais de 13 provas individuais. Havia grande expectativa pelo resultado do salto em distância masculino, mas a prova não teve bom nível técnico. Só Mauro Vinicius da Silva, o Duda, passou dos 8 metros. Saltou 8,03m e ficou longe do índice olímpico, de 8,15m. Bicampeão mundial indoor, o atleta da BM&F é o terceiro colocado do ranking nacional e, a não ser que passe de 8,12m em Jundiaí (SP), daqui a 14 dias, não vai para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá.
Por enquanto, as duas vagas do Brasil no salto em distância no Pan-Americano são de Higor Silva Alves (BM&F) e Alexsandro Melo (Orcampi). Higor ganhou a prata no Troféu Brasil, enquanto o bronze ficou com Tiago da Silva (Brasil FC).
No salto triplo feminino, Keila Costa (BM&F) venceu com 14,03, seguida da companheira de equipe Tânia Ferreira, com 13,73m. O índice olímpico da prova é 14,20m. Keila já está classificada no salto em distância.
Julio Cesar de Oliveira (BM&F) ganhou no lançamento do dardo, ao alcançar a marca de 75,67m, enquanto a finalista olímpica Geisa Arcanjo (Pinheiros) mostrou que está de volta definitivamente ao atletismo ganhando o ouro no arremesso de peso, com 17,35m. Os índices olímpicos são, respectivamente, 83,00m e 17,80m.
Altobeli Santos da Silva ganhou nos 5.000m para homens, enquanto Flavia Maria de Lima venceu os 1.500m no feminino. Ambos competem por São José do Rio Preto (SP). Aos 19 anos, Thiago André (BM&F) venceu os veteranos Kleberson Davide e Fabiano Peçanha para ser campeão nos 800m.
Dona do recorde dos 400m com barreiras do Troféu Brasil, Lucimar Teodoro ganhou a prata aos 34 anos. O ouro ficou com Jailma Sales de Lima (BM&F), integrante do revezamento 4x400m e bronze nos 400m rasos.
Depois de conseguir o índice na semifinal dos 110m com barreiras, Eder Antonio Souza (Orcampi) ficou só com a prata na final. Joao Vitor de Oliveira, de Ribeirão Preto, ganhou o ouro.
CLUBES – Como de costume, a BM&F Bovespa ganhou o título geral, com 567,5 pontos, seguida por Pinheiros e Orcampi, com ASA/São Bernardo em quarto. O resultado é o mesmo desde 2010, quando a Rede Atletismo chegou ao fim. O título é o 14º seguido da BM&F.