A CPI do Futebol aprovou nesta quarta-feira convite para que o presidente em exercício da CBF, Coronel Nunes, preste depoimento na condição de testemunha. Nunes assumiu a entidade no mês passado, após o presidente Marco Polo del Nero tirar nova licença para se dedicar à defesa das acusações de corrupção, do FBI. O requerimento foi apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, e o depoimento ainda não tem data marcada.
A CPI também aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (mensagens eletrônicas) de Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero desde o dia 1 de janeiro de 2013. Ex-apresentadora da TV FPF, na Federação Paulista de Futebol, Carolina recebeu em 2014 R$ 1,1 milhão em doação de Del Nero.
O diretor executivo da CBF, Rogério Caboclo, também teve aprovada pela CPI quebra dos seus sigilos. Caboclo foi diretor financeiro e responsável por cuidar do dinheiro da CBF durante parte da gestão de José Maria Marin, que está em prisão domiciliar nos Estados Unidos sob acusação de receber propina e suborno. Durante o período em que Del Nero foi presidente da FPF, Caboclo também foi diretor financeiro.
Os outros alvos da CPI foram homens de confiança do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira que ocuparam cargos estratégicos na entidade durante parte da gestão do dirigente. Foram requeridas informações bancárias e fiscais do ex-diretor financeiro Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, apelidado de Zozó, do período de 17 de maio de 2007 até 27 de maio do ano passado.
Já o ex-tesoureiro Ariberto Pereira dos Santos e o ex-secretário-geral Júlio Avelleda viram ser aprovada pela CPI quebra dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático no período de 1º de janeiro de 2010 a 13 de maio de 2015.
A CPI também aprovou a transferência das informações telefônicas e telemáticas no período de 17 de maio de 2007 a 31 de maio de 2015 de Wagner José Abrahão, empresário do setor de turismo e eventos e parceiro de longa data da CBF.
Sob suspeita de superfaturamento, a compra da nova sede da CBF, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, é outro foco da CPI. Por isso, a Zayd Empreendimentos, que participou do negócio, será investigada pelos senadores. Nesta quarta, os parlamentares aprovaram um requerimento para viabilizar a transferência das informações bancárias e fiscais de Rita de Cássia Rodrigues Moreira, administradora da empresa.