A vitória desta quarta-feira do São Paulo serviu principalmente para uma finalidade: tentar reabilitar Michel Bastos. O meia marcou de pênalti o primeiro gol do 2 a 0 sobre o Novorizontino, pelo Campeonato Paulista, em noite de chuva e futebol sofrível no Pacaembu.
Só 3,3 mil torcedores foram ao estádio. Se com a formação titular o São Paulo não empolgou no ano, o time misto e com sete mudanças para um jogo que começou às 19h30 cativou menos ainda. O resultado, no final das contas, levou o São Paulo aos dez pontos no Grupo C do Paulistão, enquanto a equipe de Novo Horizonte estacionou nos quatro pontos no Grupo B.
A pouca presença de são-paulinos fez a torcida visitante ser mais barulhenta pelo batuque. A única manifestação dos tricolores era quando Michel Bastos tocava na bola, em um sonoro “apitaço” sincronizado.
A perseguição, já esperada, certamente motivou Michel Bastos a mostrar futebol. Vieram dele as primeiras chances do time e a clareza para conduzir ao gol. O jogador deu belo passe para Rogério sofrer pênalti do goleiro aos 15 minutos.
Durante dois minutos Ânderson precisou ser atendido e, ao longo de todo esse tempo com o jogo parado, Michel Bastos permaneceu com a bola nas mãos. O último pênalti que tinha batido, contra o Cesar Vallejo, pela Libertadores, chutou na trave e iniciou uma má fase particular. Era a chance de se redimir.
Entre a cobrança perdida e a convertida nesta quarta-feira, aos 17 minutos de jogo, o meia foi chamado de “erva daninha” por um assessor da presidência, desabafou nas redes sociais e perdeu a faixa de capitão para Denis. No último domingo, o jogador foi poupado da partida com o Rio Claro, quando a torcida fez um protestos e o ironizou ao chamá-lo de “Migué Bastos”.
Para comemorar o gol nesta quarta ele não quis ficar sozinho. Michel correu para o banco de reservas e chamou o time inteiro para celebrar coletivamente. Foi um gesto para mostrar união uma semana depois do elenco ter um racha se deveria ou não fazer um pacto de silêncio contra o atraso no pagamento dos direitos de imagem.
Só o gol tirou o primeiro tempo da monotonia, mas não poupou Michel Bastos de ouvir os apitos. O barulho só cessou no segundo tempo, quando o que passou a incomodar a torcida foi a lentidão do São Paulo. O time não resolvia o jogo e ainda vacilava na defesa.
Graças a goleiro Dênis e à boa estreia do zagueiro Maicon o time evitou o empate. Somente aos 36 minutos a equipe confirmou a vitória. O gol de cabeça foi marcado por Rodrigo Caio, ele que também na semana passada foi alvo de críticas do assessor da presidência do clube.
Na próxima rodada do Paulistão, o São Paulo enfrentará a Ponte Preta, sábado, no Moisés Lucarelli, em Campinas, enquanto o Novorizontino medirá forças com o Audax, em casa, às 18h30, no mesmo dia.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 X 0 NOVORIZONTINO
SÃO PAULO – Denis; Caramelo, Rodrigo Caio, Maicon e Carlinhos; Thiago Mendes(Hudson), João Schmidt, Wesley, Rogério (Ganso) e Michel Bastos; Alan Kardec (Calleri). Técnico: Edgardo Bauza.
NOVORIZONTINO – Anderson, Eder Sciola, Jéci, Domingues e Paulinho; Fahel (Pedro Carmona), Adriano, Pereira e Rayllan; Wesley (Lima) e Cléo Silva (Roberto).
Técnico: Guilherme Alves.
GOLS – Michel Bastos, aos 19 minutos do primeiro tempo; Rodrigo Caio, aos 35 do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Domingues e Ganso.
PÚBLICO – 3.333 pagantes.
RENDA – R$ 150.243,00.
JUIZ – Adriano de Assis Miranda (SP).
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).