Campeão brasileiro nas últimas duas temporadas, Marcelo Oliveira levou o Cruzeiro até as quartas de final da Libertadores, mas não resistiu à eliminação em casa diante do River Plate. Nesta terça-feira, a diretoria anunciou a demissão do treinador, que deixa a Toca da Raposa com 68,44% de aproveitamento – “um dos maiores da história do clube”, como ressalta o comunicado em que o Cruzeiro anunciou a demissão.
A dispensa do treinador acontece horas depois de os muros da sede do clube amanhecerem pichados. “Fora Gilvan e Marcelo. A paz acabou. Parasitas”, era o que diziam as pichações, em referência não apenas ao treinador, mas também ao presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares.
O ato deflagrou a crise do clube e mostrou que os torcedores já esqueceram os títulos dos últimos dois Brasileiros. De acordo com o próprio Cruzeiro, o treinador tem “números espetaculares”, com 105 vitórias em 169 jogos.
A realidade cruzeirense de 2015, porém, é bem diferente. Depois de perder peças fundamentais, como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo Moreno, o clube gastou muito dinheiro em contratações, mas poucas renderam o esperado.
Em um primeiro semestre bastante irregular, o time perdeu a decisão do Mineiro para o rival Atlético-MG e caiu nas quartas da Libertadores para o River, com direito a 3 a 0 para os argentinos no Mineirão. No Brasileiro, somou apenas um ponto em quatro partidas e está na penúltima colocação.
Demitido, Marcelo Oliveira deve fazer sombra a Oswaldo de Oliveira, no Palmeiras. O clube é dirigido por Alexandre Mattos, responsável pela montagem do elenco bicampeão brasileiro no Cruzeiro. São Paulo, Flamengo, Grêmio e Fluminense trocaram de técnico recentemente – os paulistas nunca esconderam que queria o agora ex-cruzeirense.