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COI diz que não há evidência de corrupção nas escolha das sedes para 2016 e 2020

A revelação da Justiça francesa de que investigará o processo de escolha das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e de 2020, em Tóquio, fez com que o Comitê Olímpico Internacional (COI) se manifestasse. Diante da suspeita de um possível esquema de corrupção na eleição das cidades para receber o evento, a entidade divulgou comunicado nesta terça-feira para explicar que “não há evidência” de ilegalidade no procedimento.

“Até o momento, não há evidência. Temos os mecanismos adequados. Temos uma comissão independente de ética. Mas até agora, não há evidência. Quando temos evidência, já mostramos que tomamos medidas”, disse o porta-voz do COI, Mark Adams. “É fácil falar, mas ninguém tem evidência. Não nos apresentaram nada. Até agora, não temos nada para fazer algo.”

Procuradores franceses, que haviam aberto um processo contra os dirigentes do atletismo por corrupção, agora estão ampliando as investigações para examinar também os votos para as sedes das duas próximas Olimpíadas. O inquérito atinge o Rio, eleito para receber os Jogos de 2016 ao bater Madri na final. O COI explicou que já está em contato com os responsáveis por esta investigação.

“O COI está em contato próximo com os procuradores franceses desde que começou a investigação no ano passado”, afirmou a entidade em comunicado. “O funcionário encarregado da ética e cumprimento das leis já pediu que o COI seja mantido informado a tempo de todos os assuntos que poderiam estar relacionados com a Olimpíada e já pediu para ser parte da investigação a cargo das autoridades judiciais francesas.”

A investigação original da Justiça francesa se debruçava sobre o comportamento da cúpula da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), com denúncias envolvendo dirigentes e o ex-chefe da entidade, Lamine Diack. Preso, ele foi acusado de receber mais de 1 milhão de euros (R$ 4,3 milhões) em propinas envolvendo um esforço de esconder testes de doping de atletas russos.

Seu filho, Papa Diack, teria organizado a distribuição de “pacotes” para seis membros do COI quando o Catar estava ainda na corrida para sediar os Jogos de 2016. Os dirigentes que iriam receber os presentes indicaram, por e-mails, que queriam que o pacote fosse entregue em Mônaco por meio de um “conselheiro especial”. As suspeitas dos franceses apontam para Papa Diack como o homem que faria a entrega.

O Catar foi desclassificado antes mesmo de começar a votação, por propor os Jogos fora das datas estabelecidas. Mas, agora, o que os fiscais de Paris querem saber é o papel de Lamine Diack nas votações das sedes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele foi membro da entidade entre 1999 e 2013.

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