O clima tenso que marcou o Gre-Nal deste domingo não se restringiu as quatro linhas do gramado. Ao fim do empate sem gols, na Arena Grêmio, dirigentes dos dois times trocaram farpas em suas entrevistas à imprensa. Os motivos foram os lances violentos nos dois lados do campo, principalmente a entrada dura do colorado William no gremista Bolaños, que deixou o campo com duas fraturas no maxilar.
A declaração mais polêmica ao fim do jogo veio do vide de futebol do Inter, Carlos Pellegrini. Na sua avaliação, não houve excesso de William na falta sobre o atacante equatoriano. “O lance do William faz parte do jogo, não teve a intenção de lesionar. Já, ao contrário, o lance do Maicon com o Dourado, tinha que sair direito para a delegacia. Entrou visivelmente para quebrar a perna”, comparou.
O comentário do dirigente colorado esquentou o clima nos vestiários. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, precisou ser contido por outros dirigentes gremistas para não ir tirar satisfações no vestiário do rival. Diretor-executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa, também mostrou irritação diante da imprensa.
“A gente esperava uma atitude mais respeitosa do Inter. Mas aí chegou até a gente que eles teriam dito que quem deveria ir para a delegacia era o Maicon. Aí não dá. A gente esperava um gesto de grandeza, aí é brincadeira! Ter que ouvir uma coisa dessas, quando o Bolaños está irreconhecível. Tivemos que conter o presidente. Em que medida é razoável pedir uma coisa dessas?”, afirmou Costa.
O dirigente gremista fez as declarações antes de o presidente do Inter, Vitorio Piffero, aumentar a polêmica ao afirmar que Bolaños tentou cavar um pênalti, apesar do lance ter sido próximo à bandeira de escanteio.
“Na minha avaliação, ele tentou cavar um pênalti. Ele se atirou para ver o que acontecia. Não foi pênalti, não foi falta, não foi nada. Não houve maldade nenhuma. Lamentamos, se confirmar a lesão mais séria, mas é do jogo. Ele mesmo correu um risco desnecessário ao se jogar como se jogou”, afirmou o presidente colorado.