A nota enviada no último dia 10 de março continha um erro no último parágrafo. Diferentemente do publicado, a atleta não se retirou voluntariamente do Mundial de Atletismo de 2009, e sim foi desligada pela CBAt. Segue a versão corrigida:
Principal velocista do País, Ana Cláudia Lemos foi flagrada em exame antidoping fora de competição realizado pela Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). A substância encontrada no organismo da velocista de 27 anos foi a oxandrolona, uma dos esteroides anabolizantes mais consumidos no País, conhecido pelo nome comercial de Anavar.
Ela teria sido flagrada durante o camping de treinamento do revezamento 4×100 metros do Brasil, realizado em fevereiro, no Campo dos Afonsos, no Rio. Ana Cláudia foi notificada pela ABCD e já solicitou a contraprova. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) alega que ainda não foi informada do caso e só quando isso acontecer é que a velocista poderá ser suspensa preventivamente.
Ana Cláudia é a atual recordista sul-americana dos 200m (22s48) e brasileira dos 100m (11s01). Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado, ela chegou a quebrar a barreira dos 11 segundos, mas a marca não foi referendada como recorde por conta do auxílio do vento. A corredora da equipe BM&F Bovespa já tinha índice olímpico tanto para os 100m quanto para os 200m, além de ser peça chave do revezamento 4x100m do Brasil.
Curiosamente, o anúncio do doping de Ana Cláudia vem no mesmo dia em que se encerra a suspensão imposta ao ex-técnico dela Jayme Netto. Em 2009, após cinco atletas da Rede de Atletismo, de Presidente Prudente (SP), serem flagrados em exame antidoping surpresa, ele admitiu tê-los incentivado a receber injeções de EPO (hormônio sintético de eritropoietina). Jayme foi inicialmente banido do esporte, mas depois reduziu sua pena esportiva para cinco anos. Mas o Conselho Federal de Educação Física (Crefi) o barrou como profissional por sete anos, até esta quinta-feira.
Quando o escândalo estourou, Ana Cláudia foi apontada como delatora do caso. Ela namorava Basílio Emídio de Moraes Júnior, corredor da BM&F Bovespa, equipe rival da Rede de Atletismo, e ele teria levado a denúncia à CBAt. Um teste surpresa foi feito antes do Mundial de Berlim, em 2009, derrubou todo o esquema.
Evelyn Santos, da mesma equipe, teve resultado negativo no exame antidoping surpresa, mas admitiu que recebeu injeções, mas na época ela alegou que o conteúdo das mesmas era aminoácidos, e não hormônio sintético. Apesar disso, ela foi desligada pela CBAt da delegação brasileira que foi ao Mundial e depois suspensa por doping. Ana Cláudia foi beneficiada e, mesmo fazendo parte da Rede, foi convocada para competir em Berlim. Logo depois ela assinou com a BM&F. De acordo com Jayme, Ana Cláudia já tinha tudo acertado para trocar de clube quando o escândalo estourou.