A disseminação do coronavírus pela Europa nesta terça-feira, com os primeiros casos confirmados na Áustria, Croácia, Suíça, além do crescimento dos casos na Itália – 322 infectados e 11 mortos – provocou novamente um movimento de aversão à risco nos mercados globais, com investidores buscando segurança em moedas como o iene e a libra.
A moeda americana operou mista. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,38%, com fracos dados de confiança do consumidor e de atividade industrial nos EUA, que se mostraram aquém das expectativas dos analistas.
No fim da tarde de Nova York, o dólar caía 110,11 ienes, mas subia 0,9762 francos suíços. No mesmo horário o euro subia US$1,0884 e a libra tinha alta de US$1,3000.
"O sentimento do dólar americano vacilou no dia seguinte à maior queda de Wall Street em anos", comentou Joe Manimbo, analista do Western Union. "O potencial de impacto econômico do coronavírus caindo nas costas dos EUA segurou a alta do dólar, aumentando a expectativa de que o Federal Reserve ofereça mais cortes nas taxas de juros para manter a expansão intacta", afirmou em relatório enviado a clientes.
O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse em entrevista à CNBC que o coronavírus está contido nos EUA e não vê "nenhum movimento do Fed para cortes de juros" em uma resposta ao "pânico" do coronavírus.
Já o Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) informou que o vírus está se espalhando de forma rápida pelo mundo e que uma pandemia é provável. Apesar de informar que o risco para os americanos é "baixo", o órgão não descartou a possibilidade de novos casos chegarem aos EUA.
Também hoje, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que o governo Trump está "profundamente preocupado" com a possibilidade de o Irã ter suprimido informações vitais sobre os casos de coronavírus. O número de casos no Irã também saltou para 95, com 15 mortes. E o Bahrein entrou para a lista de países com casos de coronavírus.
Para o Western Union, "a incerteza permanece alta em relação ao coronavírus cuja disseminação para a Europa e o Oriente Médio aponta queda na perspectiva já instável de crescimento global".