O governo italiano avalia e deve determinar que as partidas de futebol no país sejam disputadas com os portões fechados nas regiões mais afetadas pelo coronavírus, enquanto as autoridades tentam conter propagação da doença, que tem o norte do país como ponto focal do surto na Europa.
O presidente da liga italiana, Paolo Dal Pinto, enviou uma carta ao governo nesta segunda-feira pedindo que os jogos não sejam mais adiados nas áreas afetadas, mas realizados sem a presença de torcedores, observando que há pouco tempo para remarcação das partidas, pois os campeonatos precisam ser concluídos até 24 de maio em função da disputa da Eurocopa neste ano.
O ministro do Esporte, Vincenzo Spadafora, também propôs o plano de portas fechadas para o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada.
Quatro jogos do Campeonato Italiano agendados para o último domingo foram adiados, incluindo o duelo da Inter de Milão contra a Sampdoria no San Siro, além de partidas de outras divisões e eventos de basquete, vôlei, hóquei no gelo e patinação artística.
"Praticar todos os esportes a portas fechadas na próxima semana pode ser possível, porque então os torcedores podem ficar mais facilmente em casa", disse Maurizio Casasco, o presidente da federação italiana de esportes físicos. "Mas os clubes tem de estar de acordo. Há mais do que apenas futebol na Itália. É uma questão que diz respeito a todos esportes."
Também nesta segunda-feira, a primeira reunião do Comitê Organizador da Olimpíada de Inverno de 2026, em Milão e Cortina, foi realizada através de um videoconferência, ao contrário do que estava programado. Há também preocupações sobre a partida de futebol da Inter contra o Ludogorets, quinta, em Milão, pela Liga Europa.
Autoridades de proteção civil disseram que mais de 200 pessoas deram positivo para o vírus na Itália e cinco pessoas morreram, incluindo dois homens idosos no norte da Lombardia. É o número mais alto de casos fora da Ásia.
O temor causado pela epidemia é tão grande que as autoridades das regiões mais atingidas anunciaram medidas como o fechamento temporário de escolas, lojas e restaurantes, além da suspensão de cerimônias religiosas enquanto durar o período mais crítico do coronavírus.