Gideoni Monteiro chegou à última prova do Omnium como segundo colocado geral e acabou com a medalha de bronze no ciclismo de pista dos Jogos Pan-Americanos. O brasileiro terminou empatado em pontos com o argentino Mauro Richeze, mas ficou em terceiro, à frente do rival, pelos critérios de desempate. A transmissão de TV e o site do Pan informavam que o bronze era do argentino, mas a assessoria do Time Brasil informou que a medalha é de Gideoni.
O Omnium é a prova combinada do ciclismo de pista, tendo ingressado no programa olímpico em substituição a três outras. Vence o ciclista mais completo, que soma mais pontos em seis etapas: contrarrelógio, eliminação, perseguição, stracht, volta lançada e corrida por pontos.
Nesta noite foi realizada a corrida por pontos. São 40 quilômetros percorridos (160 voltas) e a cada dez voltas é disputada uma corrida, que dá pontos aos quatro primeiros colocados. Quem conseguir dar a volta no pelotão ganha outros 20. É uma competição estratégica.
Gideoni sentiu o cansaço e foi apenas o sexto desta etapa, com 27 pontos, contra 35 de Richeze e 57 do mexicano Ignacio Prado, que faturou a prata. O brasileiro e o argentino empataram em 201. O colombiano Fernando Gavira Rendón, atual campeão mundial, venceu o Pan com sobras.
A medalha é a segunda do Brasil no Pan, depois de 20 anos de jejum sem o ciclismo de pista subir ao pódio. Kacio Fonseca, Flávio Cipriano e Hugo Osteti faturaram a medalha de bronze na prova de velocidade por equipes, na quinta-feira.
Mais cedo nesta sexta-feira, na prova individual de velocidade, Flávio Cipriano e Kacio Fonseca caíram na mesma chave e precisaram se enfrentar nas quartas de final. As duas baterias foram vencidas por Cipriano, que é também o brasileiro de resultados internacionais mais expressivos. Kacio depois disputou o quinto lugar, contra outros quatro atletas, mas terminou na sétima colocação geral.
No sábado, Cipriano disputa semifinal. Se avançar, briga pelo ouro. Em caso de derrota, vai disputar a prata. Também estão entre os quatro primeiros o canadense Hugo Barrette (29.º do mundo), o venezuelano Hersony Canelon (sexto) e Nijisane Phillip (32.º), de Trinidad & Tobago. Cripriano é o 37.º.
O ciclismo de pista é a única modalidade na qual o Brasil não tem a menor possibilidade de receber convite para os Jogos Olímpicos. O País tem chances reais de classificação exatamente com Gideoni e Cipriano. Este último, entretanto, briga pela vaga no keirin, prova que ele disputa no domingo.
FEMININO – Já Alice Leite ficou no sexto lugar no keirin. Nesta prova, de 2 quilômetros, uma bicicleta motorizada puxa o ritmo e sai da frente das ciclistas nos últimos 600 metros. Só aí é que as atletas dão um gás. Monique Sullivan, do Canadá, finalista olímpica, garantiu o ouro. Cuba ficou com a prata, com Lisandra Guerra, e Juliana Rendon faturou o bronze para a Colômbia.
Gabriela Yumi, que foi vice-campeã do último Campeonato Pan-Americano exatamente no keirin, sentiu um mal súbito durante os treinos, já em Toronto, foi diagnosticada com apendicite, e acabou cortada da competição.