No palco que dentro de dez meses irá sediar a final olímpica do basquete, Flamengo e Orlando Magic fizeram na noite deste sábado uma partida que agradou pelo espetáculo, mas que deixou a desejar em termos de empolgação. E o motivo foi simples: com rápidas investidas ao ataque e contando com grande atuação do montenegrino Nikola Vucevic, cestinha do jogo com 18 pontos, o time norte-americano não encontrou nenhuma dificuldade para vencer a equipe carioca por 90 a 73, em partida válida pela pré-temporada da NBA.
Essa foi a sétima vez na história que uma equipe brasileira enfrentou um time da NBA. O Flamengo, aliás, foi quem mais jogou contra equipes da principal liga de basquete do mundo – foram quatro jogos, sendo três no ano passado. Vasco, em 1999, e Bauru, que realizou duas partidas nos Estados Unidos este mês, completam a lista.
A grande diferença em relação aos anteriores é que, desta vez, o confronto foi em solo brasileiro, e diante da principal equipe do País nos últimos anos. Neste sábado, o Flamengo teve quase 15 mil torcedores a seu favor na HSBC Arena, na zona oeste do Rio, e apostava nisso como fiel da balança. Mas não foi o suficiente.
Não foi porque o Orlando Magic jogou como se estivesse disputando uma partida da própria NBA. Primeiro, porque as regras eram as mesmas da liga norte-americana, com quatro tempos de 12 minutos – no Brasil e no resto do mundo são quatro períodos de dez -, bola mais pesada que a utilizada no NBB e quadra ligeiramente maior, assim como a distância da linha de três pontos (meio metro maior). Depois, porque o Magic, mesmo em ritmo de pré-temporada, estava com seus jogadores inspirados.
O principal deles foi o montenegrino Vucevic. Com boa movimentação no ataque, o pivô de 2,13 metros de altura tinha fácil infiltração e precisão cirúrgica nos arremessos. Ao lado de Victor Oladipo, foi o grande responsável pela arrancada do Magic, que abriu 15 a 2 ao natural e chegou a estar vencendo por 25 a 10 ainda no primeiro quarto.
Foi só depois daí que o Flamengo entrou no jogo. O norte-americano Meyinsse passou a se movimentar mais pelos lados da quadra, o que abriu espaços para as tentativas de arremesso do capitão Marcelinho Machado, cestinha do time carioca com 17 pontos.
O problema é que o prejuízo do Flamengo, àquela altura, já não tinha conserto. Mesmo que JP Batista e Marquinhos tenham melhorado a penetração na área e Rafael Luz fosse eficiente na armação, o Magic seguiu controlando o jogo e pontuando – às vezes menos, às vezes com mais afinco que no começo. Ruim para o Flamengo, bom para o espetáculo.