Numa prova de altíssimo nível técnico, que fechou o primeiro dia do Troféu Maria Lenk, nesta sexta-feira, no Rio, João Luiz Gomes Jr e Felipe França se classificaram para serem os representantes do Brasil nos 100m peito nos Jogos Olímpicos do Rio. Eles deixaram Felipe Lima, bronze no Mundial de 2013, fora da Olimpíada e fecharam o dia respectivamente no segundo e no quarto lugares do ranking mundial, candidatos à medalha em agosto.
João Luiz Gomes Jr, que foi flagrado no doping no Mundial de Piscina Curta de 2014 e ficou o primeiro semestre do ano passado suspenso, fez 59s06 pela manhã e ficou a 0s03 do recorde sul-americano. Na final, à tarde, no Estádio Aquático Olímpico, venceu com 59s10 e se garantiu como mais rápido do País na prova. Por isso, o nadador do Pinheiros terá prioridade para nadar o peito no revezamento 4x100m medley no Rio-2016.
A segunda vaga foi confirmada por Felipe França, que nadou lado a lado com João Luiz na final e completou em segundo, com 59s36, baixando em 0s20 a marca da manhã. Pedro Cardona, que fez 59s77 nas eliminatórias, recorde pessoal e 10.º tempo do ranking mundial, completou em 1min00s11 e fica como reserva – tem índice e pode ser convocado se Felipe França ou João Luiz se machucarem.
Felipe Lima não fez boa final e completou em quarto, com 1min00s37 – na eliminatória, havia feito 1min00s06. Mesmo no 14.º do ranking mundial, está fora da Olimpíada, uma vez que fez só o quarto melhor resultado entre os brasileiros.
DAYNARA NO TIME BRASIL – Nos 100m borboleta, a equipe brasileira terá Daiene Dias e Daynara de Paula. Daiene, do Minas, que havia feito 58s04 pela manhã, foi bem também à tarde, com 58s07. São os dois melhores resultados nacionais desde a proibição dos trajes tecnológicos, em 2010. Por ter sido a mais rápida das seletivas, Daiene, agora 17.ª do ranking mundial, tem a prioridade para nadar o revezamento 4x100m medley.
A segunda vaga ficou com Daynara de Paula, do Sesi. Após falhar no Open e nas eliminatórias do Maria Lenk, ela conseguiu o índice na última tentativa. Nadou a final em 58s38 e superou a marca da colega de clube Etiene Medeiros, que nadou em 58s49 pela manhã, fez o índice, e optou por não participar da final. Ela vai priorizar os 100m costas e as provas de 50m e 100m livre na Olimpíada.
UM BRASILEIRO POR PROVA – Joanna Maranhão agora tem a certeza de que irá à sua quarta Olimpíada. Ela venceu os 400m medley com 4min38s66, quebrando a barreira dos 4min40s pela segunda vez na vida – havia quebrado o recorde brasileiro no Pan de Toronto, com 4min38s07. Só a atleta do Pinheiros fez o índice (4min43s46), mas Gabi Roncatto, da Unisanta, de 17 anos, deixou boa impressão. Nadou em 4min47s65, segundo melhor resultado do Brasil na prova em todos os tempos, baixando em 5 segundos seu recorde pessoal.
Nos 400m medley, Brandonn Almeida, do Corinthians, nadou muito à frente dos rivais e venceu com 4min14s63, ratificando o índice olímpico (4min16s71) e assumindo o 10.º lugar do ranking mundial. Ele será o único representante do Brasil na prova no Rio-2016. Leonardo Coelho, do Pinheiros, ficou em segundo, com 4min21s17. Thiago Pereira, prata em Londres, optou por nem tentar o índice olímpico nessa prova para a Olimpíada do Rio, priorizando os 200m medley.
Já nos 400m livre, um fato curioso. Luiz Altamir Melo, do Flamengo, se poupou tanto nas eliminatórias que não se classificou à final. Assistiu a Miguel Valente (3min51s62) e Giovanny Lima (3min54s61) falharem na tentativa de obtenção do índice (3min50s44), e depois caiu na piscina tranquilo para a final B. Fez uma prova ruim, completando em 3min55s00.
Mesmo assim, Altamir será o único representante do Brasil na Olimpíada nos 400m livre, uma vez que fez 3min50s32 no Torneio Open. Leonardo de Deus, que fez 3min49s62 no Maria Lenk do ano passado, preferiu nem tentar a classificação para o Rio-2016 nessa prova.