O Brasil teve, nesta quarta-feira, o seu pior dia nos Jogos Pan-Americanos. Em uma jornada em que foram distribuídas 18 medalhas de ouro, sendo 15 em modalidades olímpicas, o País não ganhou nenhuma delas. A campanha só não foi totalmente vergonhosa porque vieram três medalhas de bronze: Ghislain Perrier (esgrima), Raphaella Galacho (tae kwon do) e Flávia Maria de Lima (800 metros, no atletismo).
O quadro de medalhas do site oficial do Pan também contabiliza o bronze conquistado por Joedison Teixeira, o Chocolate, no boxe. Ele já tinha a medalha assegurada, mas perdeu a semifinal e acabou eliminado.
É exatamente o boxe, aliás, que causa a maior preocupação para o Brasil, que briga com Cuba para terminar no terceiro lugar do quadro geral de medalhas. Os cubanos seguem decepcionando no atletismo, mas nesta quarta-feira se garantiram em cinco finais do boxe. Nesta quinta, terão mais cinco oportunidades. Assim, podem brigar, na sexta e no sábado, para ganhar 10 medalhas de ouro na modalidade.
Agora, a diferença entre Brasil e Cuba é de sete medalhas douradas. Os cubanos tiveram um dia melhor que dos brasileiros porque venceram uma categoria do tae kwon do. Mesmo assim, deram mais um vexame, fechando o dia com só duas medalhas no total.
O problema deles, tal qual do Brasil, é o atletismo. Líder do quadro de medalhas da modalidade em 2011 (18 de ouro, 33 no total), Cuba só ganhou uma das 60 já distribuídas em Toronto – de prata. Isso mesmo levando a Toronto o que tem de melhor.
O Brasil não pode se vangloriar muito. Se começou a competição ganhando medalhas nas cinco primeiras provas do atletismo, praticamente parou desde a manhã de terça-feira. Tem só sete medalhas e dificilmente vai se aproximar das 23 conquistadas tanto em Guadalajara (2011) quanto no Rio (2007).
Por conta do fracasso no boxe (só duas medalhas) e do desempenho ruim no atletismo, começa a ficar difícil o Brasil alcançar as 141 medalhas conquistadas em 2011. Está com 114. Mesmo assim, já se aproxima de dobrar o número de conquistas da Colômbia, que tem 61 e chegou a ameaçar.
Existia a possibilidade até de essa “dobra” acontecer nesta quarta-feira. Mas o Brasil desperdiçou muitas chances de medalha: 100 metros (Rosângela foi a quarta colocada), arremesso de peso (Geisa Arcanjo, finalista olímpica, terminou em nono), arremesso de martelo (Montanha foi o quarto, empatado com o terceiro), contrarrelógio no ciclismo de estrada (Brasil fez um quarto e um quinto lugares) e tae kwon do (Guilherme Felix perdeu na estreia).
BRIGAS – Na disputa pelo primeiro lugar do quadro geral de medalhas, os Estados Unidos abriram. Ganharam sete medalhas de ouro nesta quarta-feira, contra cinco do Canadá e agora têm 12 a mais. Dificilmente serão alcançados. No total, os americanos já passaram das 200 medalhas: têm 201.
A tendência é que quase todos os 10 primeiros colocados do quadro de medalhas de Guadalajara não consigam repetir o total de medalhas de 2011, por conta da evolução do Canadá, que foi de 119 a 173 (por enquanto). Mesmo assim, os Estados Unidos já se aproximam das 236 medalhas obtidas no Pan passado.
No total de medalhas, ninguém vai tirar o terceiro lugar do Brasil. México e Cuba disputam a quarta colocação, com leve vantagem cubana: 75 a 74. Já no número de medalhas de ouro Cuba tem, por enquanto, a concorrência da Colômbia. Os dois países estão empatados em 25 medalhas, mas em seis dias os colombianos ganharam apenas sete medalhas.
FABIANA VAI SALVAR? – O Brasil tem 10 atletas nas oito finais do atletismo que serão disputadas nesta quinta-feira. Fabiana Murer é forte candidata, mas divide o favoritismo no salto com vara com a norte-americana Jennifer Suhr e a cubana Yarisley Silva – ambas têm recordes pessoais melhores que o da brasileira.
Entre os demais nove atletas, nenhum favoritismo a ganhar medalha, ainda que exista alguma expectativa sobre Mahau Sugumati (400 metros com barreiras) e Geisa Coutinho (400 metros rasos). Felipe dos Santos e Luiz Alberto Araújo estão entre os quatro primeiros do decatlo e pelo menos um deles deve ir ao pódio.
No hipismo, o Brasil é favorito ao pódio por equipes no salto, enquanto Rafael Lima tenta chegar à final da categoria superpesado no boxe. Na esgrima, o Brasil briga por medalhas de bronze no sabre, nas equipes masculina e feminina.
Nos esportes coletivos, porém, o Brasil está na semifinal ou final de oito competições “olímpicas”. Nesta quinta-feira, joga semifinal em quatro modalidades. Também sonha com medalhas no boliche e no caratê, modalidades não olímpicas.
Confira como está o quadro de medalhas:
1.º – Estados Unidos – 76 de ouro, 65 de prata e 60 de bronze (201 no total)
2.º – Canadá – 64 de ouro, 56 de prata e 53 de bronze (173 no total)
3.º – Brasil – 32 de ouro, 32 de prata e 59 de bronze (114 no total)
4.º – Cuba – 25 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze (73 no total)
5.º – Colômbia – 25 de ouro, 9 de prata e 27 de bronze (61 no total)
6.º – México – 15 de ouro, 25 de prata e 34 de bronze (74 no total)
7.º – Argentina – 11 de ouro, 22 de prata e 25 de bronze (58 no total)