O empresário sul-africano Tokyo Sexwale oficializou nesta terça-feira sua candidatura à presidência da Fifa, cuja eleição está marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016. Preso político da era do apartheid que depois se tornou um magnata multimilionário da mineração, ele já havia anunciado no sábado a sua intenção de entrar na disputa pelo cargo que será deixado por Joseph Blatter, depois de receber o apoio oficial da Associação Sul-Africana de Futebol (SAFA, na sigla em inglês) em sua empreitada.
Sexwale trabalhou na força-tarefa da Fifa que combate o racismo, foi mediador da entidade na disputa entre as federações de Israel e Palestina, uma missão diplomática que foi encomendada por Blatter, e fez parte do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul. E, ao oficializar a sua candidatura, ele confirmou que irá viajar ao Cairo, no Egito, ainda nesta terça para buscar apoio de líderes do futebol africano.
O sul-africano disse ter recebido um convite do presidente da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou, que é também o atual presidente interino da Fifa enquanto Joseph Blatter cumpre suspensão de 90 dias por seu envolvimento em um pagamento feito a Michel Platini, em 2011, sendo que o francês também cumpre a pena enquanto candidato à presidência da entidade. No Cairo, Sexwale participará de dois dias de encontros do comitê executivo da entidade africana, depois de já ter se reunido com Hayatou na semana passada, em Zurique.
A África é o continente que dá o maior número de votos na eleição da Fifa, com 54 ao total, e isso pode se tornar um fator decisivo para o empresário sul-africano, mas ele terá de encarar uma forte concorrência e hoje está longe de ser apontado como um dos favoritos.
Ele foi amigo próximo de Nelson Mandela, com quem esteve preso por 13 anos em Robin Island, na África do Sul, e ressaltou nesta terça que espera recuperar a Fifa, que ficou qualificada nesta terça por ele como uma “marca severamente prejudicada” após seguidos escândalos de corrupção que envolvem os seus representantes.
“Depois de ter passado um tempo no interior da Fifa, estou mais do que pronto para enfrentar o mundo”, ressaltou Sexwale, que exibiu confiança de que poderia fazer história ao ser simplesmente eleito como presidente. “Eu estou indo para essa campanha como um candidato do meu país com a confiança depositada em mim e a certeza de que podemos ganhar. Mas, ganhando ou perdendo, as pessoas vão saber que houve um africano que veio aqui e balançou as coisas”, completou.