O Brasil chegou em terceiro, mas vai subir ao pódio para receber a medalha de prata no revezamento 4x100m masculino dos Jogos Pan-Americanos. Em decisão polêmica, a comissão de arbitragem do atletismo do Pan de Toronto entendeu que na última passagem do bastão um canadense cometeu uma infração ao pisar na raia ao lado e desclassificou os campeões.
A equipe do Canadá, liderada pelo promissor Andre de Grasse (campeão dos 100m e dos 200m), fez uma prova que parecia impecável, cruzando a linha de chegada em 38s06, marca que valeria o bronze olímpico em Londres. A desclassificação beneficia principalmente os EUA, que herdaram o ouro após completarem a prova em 38s27.
O Brasil travou disputa equilibradíssima contra Trinidad & Tobago e Antígua & Barbuda, mas Aldemir Gomes Júnior conseguiu chegar na frente dos rivais por diferença quase imperceptível a olho nu, em 38s68. No fim, o bronze virou prata, Trinidad & Tobago ficou com o bronze, enquanto o time Antígua & Barbuda também acabou eliminado.
A prata veio depois de uma troca arrojada na comparação com a escalação da semifinal. Gustavo Machado abriu, a passagem para Vitor Hugo não foi boa, mas depois Bruno Lins entrou bem na curva. Enquanto a Jamaica errou a transição, os brasileiros foram perfeitos e Aldemir Gomes entrou bem na reta, assegurando o bronze – que viraria prata.
Sem contar com o veterano José Carlos Moreira, o Codó, de 31 anos, que queimou a largada nas eliminatórias dos 100m e voltou ao Brasil, o time aproveitou para correr renovado. Gustavo tem 24 anos, Aldemir 23 e Vitor Hugo 20. O tempo de 38s68 se aproxima bastante dos 38s63 que deixaram o Brasil em quarto no Mundial de Revezamentos, em maio, nas Bahamas.
Pensando no relógio, a marca do Brasil no Toronto não é expressiva e não serviria, por exemplo, para levar o País à final olímpica. Mas o bronze moral a um time jovem que já está classificado para o Rio-2016 e, nesses próximos 13 meses, deve aprimorar a passagem de bastão para brigar por mais uma medalha.
QUARTO – No 4x400m masculino, mais uma prova fortíssima. Cuba liderou até quatro passos antes da linha de chegada, mas Trinidad & Tobago chegou atropelando e ganhou o ouro, com 2min59s60. Cuba chegou 0s24 atrás. Os dois fizeram marcas que dariam o quarto lugar no Mundial de Revezamentos.
Os EUA também cresceram no fim para ganharem o bronze. O time Bahamas completou em quarto, mas acabou eliminado. O Brasil, assim, ganhou uma posição, terminando em quinto, com 3min01s18, logo à frente da Jamaica. Vale lembrar que EUA, Jamaica, Brasil, Bahamas e Trinidad & Tobago foram finalistas no Mundial de maio. Cuba não enviou delegação àquele evento.
QUASE – Sexto colocado no Mundial de Revezamentos, o Brasil não foi mal na final feminina do 4x100m. Desfalcada de Ana Cláudia Lemos, recordista sul-americana e líder do ranking nacional, a equipe completou no quarto lugar, com 43s01, apenas 0s09 abaixo do tempo que fez em Nassau, em maio.
Assim como no Mundial, terminou atrás de Jamaica, EUA e Canadá. Com a diferença que, desta vez, o Brasil por muito pouco não passou as canadenses. Tivesse a prova mais 10 metros, Rosângela Santos teria levado o Brasil ao bronze. A diferença para as donas da casa, afinal, foi de apenas 0s01.
CANSOU – Na última prova individual disputada no Estádio da Universidade de York, de 5.000m, Altobeli da Silva abriu a última volta em primeiro. Nos últimos 100 metros, visivelmente cansado, acabou perdendo posições até completar em sexto, com o tempo de 13min49s00. México, EUA e Chile foram ao pódio. David Macedo terminou na 12.ª colocação.