O fim dos Estaduais e uma Copa Libertadores de ano inteiro – duas propostas que vem sendo cogitadas nos últimos meses como forma de desinchar o calendário e aumentar a arrecadação dos clubes – ainda levará muito tempo para ser considerada viável. Nesta terça-feira, tanto CBF quanto Conmebol defenderam os atuais formatos das competições. A única novidade para o calendário do futebol brasileiro para o próximo ano deverá ser a ampliação do período sem jogos no País nas datas Fifa, quando a seleção brasileira disputa as Eliminatórias.
“Você tem que ter muito cuidado com este assunto de acabar com os Estaduais. Eu particularmente acho que não pode ocorrer”, defendeu Manoel Flores, diretor de Competições da CBF, durante o seminário “Somos Futebol – Semana de Evolução do Futebol”, que está sendo realizado na CBF. “Os Estaduais são um pouco do DNA nosso. Cabe uma readequação em alguns centros, mas não podemos esquecer as diferenças no País”, ponderou o dirigente.
O diretor afirmou que redução no número de datas é uma “alternativa viável”, mas insistiu que não se pode comparar a realidade de estados como São Paulo com a de outras federações, apontando para a necessidade de manter “as rivalidades regionais”.
Para 2017, Manoel Flores afirmou que uma mudança que deverá ocorrer é a ampliação do período sem jogos durante as datas Fifa. Atualmente, os campeonatos do País param na rodada de quarta-feira anterior ao primeiro jogo e no fim de semana subsequente. “A meta nossa é que para 2017 a gente consiga ter a conquista da quarta-feira posterior aos jogos, o que daria de 12 a 13 dias de janela”, declarou Flores.
LIBERTADORES – No mesmo seminário, o diretor de Competições da Conmebol, Hugo Figueiredo, afirmou que uma mudança nos formatos das competições continentais precisam “ser muito bem pensadas”, e isso só será possível no longo prazo. Uma das propostas que têm sido levantadas é a extensão da Libertadores e da Copa Sul-Americana para o ano todo. Elas seriam disputadas simultaneamente, como já ocorre na Europa com a Liga dos Campeões e a Liga Europa.
“É um trabalho, um processo de longo prazo. Precisa ser lento e bem analítico. A possibilidade de unir as duas competições ao longo do ano traria muitas mudanças, em vários pontos, incluindo da televisão”, exemplificou Figueiredo.
“As competições não poderiam ter os mesmos times, e hoje temos equipes que disputam as duas, porque os regulamentos dos torneios nacionais permitem isso. Teria uma mudança muito grande não apenas do ponto de vista da Conmebol, mas também das federações”, comentou Figueiredo.