Para Marinho, técnico Cuca é o presidente do Santos: Tinha muita coisa errada

Um dos grandes destaques do Santos e do futebol brasileiro em 2020, o atacante Marinho ressaltou a importância do técnico Cuca para ele e para o elenco que disputa duas competições neste momento – Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores – e passará a jogar uma terceira, a Copa do Brasil, a partir do final de outubro. "O Cuca é um pai para mim. Depois que ele chegou no Santos, virou praticamente nosso presidente", disse o jogador ao SporTV na noite de segunda-feira.

No mesmo momento em que dava essa entrevista, o presidente José Carlos Peres estava sendo afastado do cargo após uma reunião virtual do Conselho Deliberativo. Foram 161 votos a favor do afastamento, seis contra e nove abstenções – era preciso de dois terços dos votos para aprovação. O vice Orlando Rollo, rachado com Peres desde 2018, assume o comando do Santos.

"Ele (Cuca) entrou, mudou tudo, ajeitou a casa. Temos tanta dificuldade. O clube sem dinheiro, sem contratar. A gente sem receber. O Cuca mudou muita coisa. Eu não gosto de me meter muito em política, não seria a pessoa certa para falar, mas é como falei: ele é o nosso presidente. Tinha muita coisa errada que não conseguíamos resolver. Todo mundo esperava pelo menos alguém vir falar para a gente", prosseguiu Marinho.

Durante a pandemia do novo coronavírus, os jogadores tiveram os seus salários reduzidos em até 70% sem um acordo com a diretoria. O assunto foi motivo de insatisfação nos bastidores e motivou Eduardo Sasha e Everson a buscarem a Justiça. O atacante e o goleiro foram para o Atlético-MG, onde são comandados novamente pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, outro que cobra o Santos judicialmente.

Além disso, o Santos está sofrendo com duas punições da Fifa. Por causa de dívidas com o Hamburgo, da Alemanha, e com o Huachipato, do Chile, o clube está proibido de contratar jogadores nas próximas três janelas de transferências.

RACISMO – Alvo de injúrias raciais em uma transmissão recente, Marinho promete não descansar na luta contra o racismo. Insatisfeito, o atacante citou exemplo de atletas de outros países que se posicionam contra isso e têm mais apoio. O piloto inglês Lewis Hamilton, principal astro da Fórmula 1, e o americano LeBron James, também estrela máxima na NBA, foram lembrados.

"Quando o Hamilton faz isso, o LeBron faz isso lá nos Estados Unidos, eles têm muito respeito. Se no Brasil você vai fazer é muito mimimi, Nutella, isso e aquilo. Mas eu vou defender a bandeira porque muita gente passa por isso e não tem voz ativa. Não ligo para o que vão falar de mim. O importante é eu saber, olhar para o próximo, pessoas que passam por isso diariamente, sofrem com isso nos empregos e não podem falar, senão vão ser mandadas embora", comentou.

"Isso nos machuca. Porque lá fora as pessoas falam e têm respeito, elas recebem um abraço de todo mundo. Aqui, se a gente vai defender, muita gente vem e ainda critica. Acredito que só no Brasil seja assim. É como eu falei, independentemente do que falam de mim, vou estar sempre brigando por aquilo que acho que é certo", completou Marinho.

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