Como era esperado, Carlos Arthur Nuzman foi reeleito nesta terça-feira para a presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Será a sexta vez consecutiva que Nuzman presidirá o comitê, cargo que assumiu em 1995. Candidato único para o pleito desta terça, ele foi reconduzido para um mandato até 2020 com 24 votos entre 29 possíveis – quatro confederações e a comissão de atletas do COB não enviaram representantes. Na votação, houve três abstenções, um voto contra e um nulo, já que o envelope onde deveria estar a cédula estava vazio.
A chapa de Nuzman tem Paulo Wanderley Teixeira como vice. Presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Teixeira está sendo preparado para comandar o COB após 2020, quando Nuzman não poderá mais concorrer.
Em seu discurso de posse, Carlos Arthur Nuzman anunciou que Agberto Guimarães, quarto colocado nos 800m rasos em Moscou-1980 e diretor de Esportes do Comitê Rio-2016, será o novo diretor executivo de Esportes do COB, cargo que era ocupado por Marcus Vinicius Freire até a última Olimpíada, na qual o Time Brasil não atingiu a meta de ser Top 10 no número total de medalhas.
“Vamos ter muito trabalho pela frente”, afirmou Nuzman. “Não é em pouco tempo que se transforma uma entidade em vencedora”, prosseguiu o dirigente que completará 25 anos à frente do COB se concluir o novo mandato, em 2020.
VOTAÇÃO – No início da assembleia, Nuzman pediu um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente da Fifa João Havelange, falecido em agosto aos 100 anos. Membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) por 48 anos, Havelange renunciou ao cargo em 2011 alegando problemas de saúde em meio a uma investigação do comitê de ética da entidade. O dirigente teve papel ativo na candidatura do Rio para ser sede dos Jogos Olímpicos deste ano.
Das trinta confederações com direito a voto, quatro não enviaram representantes (Desportos no Gelo, Desportos na Neve, Tae Kwon Do e Tiro com Arco). O pleito ainda contou com os votos de três membros natos do COB – incluindo Nuzman. Presidente da Comissão de Atletas do comitê, o ex-jogador de vôlei de praia Emanuel Rêgo enviou carta apoiando a reeleição do dirigente.
Apesar da (quase) aclamação, a reeleição de Nuzman corre o risco de ser anulada pela Justiça. Principal opositor do dirigente, Alaor Azevedo, que preside a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), chegou a ter duas liminares a seu favor deferidas pela Justiça do Rio. Ele entrou com ação questionando o prazo exigido pelo COB – 30 de abril – para o registro de candidaturas numa eleição que ocorreria só no último trimestre. As liminares foram derrubadas em agosto, mas o mérito da ação ainda será julgado.