O martírio do Corinthians continua. Já são seis jogos sem vitórias no Campeonato Brasileiro – sendo quatro partidas consecutivas sem balançar as redes – e nem mesmo quando o time até consegue dar indícios de melhora na criação de jogadas, o resultado positivo acontece, muito em decorrência da já conhecida deficiência na finalização. Assim, o empate por 0 a 0 com o Atlético Mineiro, nesta quarta-feira, no Itaquerão, em São Paulo, pela 29.ª rodada do Campeonato Brasileiro, não surte muito efeito para a equipe paulista na tabela de classificação, pode aumentar a pressão e ainda fez com que a marca de pior público da história da arena fosse mais uma vez batida.
Com o resultado, o Corinthians chegou aos 42 pontos, na oitava colocação – três atrás do Atlético Paranaense, o sexto colocado -, enquanto que o Atlético fica com 53, em terceiro, e vê o Palmeiras ampliar a vantagem em quatro pontos, ainda com uma partida a menos.
Apenas 17.371 torcedores foram até o Itaquerão na esperança de ver o Corinthians surpreender o Atlético, que tenta a todo custo evitar a disparada do líder Palmeiras. O time da casa até acabou sendo melhor do que muita gente esperava no primeiro tempo. O time do técnico interino Fábio Carille aproveitou, em partes, o fato do rival mineiro estar com 10 desfalques – entre machucados, suspensos e convocados para seleções – e teve maior volume de jogo.
Porém, um time em má fase precisa mais do que isso para espantar o azar. Com Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto e Marlone se movimentando bastante na frente da área atleticana, o Corinthians abriu a defesa, mas faltava um capricho final.
Aos 23 minutos, parecia que o jejum chegaria ao fim. Marquinhos Gabriel fez boa jogada pela direita e cruzou na área. O desengonçado Gustavo voou na bola e desviou de cabeça, mas, antes, trombou com o zagueiro Gabriel. Seria o seu primeiro gol com a camisa alvinegra, a possibilidade de ganhar alguns pontos com a torcida e dar um passo para findar a sequência de cinco jogos sem vitórias no Brasileirão. Mas a alegria durou apenas alguns segundos. O árbitro viu falta do corintiano no zagueiro. O martírio e a seca permaneceria.
No outro lado do campo, nas poucas vezes em que a bola chegava aos seus pés, Robinho deitava e rolava. Na beirada do gramado, ele chegou a dar um chapéu humilhante no garoto Léo Príncipe. O atacante enfrentou o Corinthians nove vezes na carreira e perdeu apenas uma. Nesta quarta-feira, porém, apesar do drible, não fez muito para manter a fama de carrasco do rival.
O técnico Marcelo Oliveira aproveitou o intervalo entre os tempos para melhorar a organização defensiva e passou a criar maiores dificuldades ao time da casa, que teve apenas uma boa oportunidade de abrir o placar. Aos 14 minutos, Rodriguinho recebeu dentro da área, girou, chutou e Victor fez a defesa. Foi só.
Fábio Carrile colocou Rildo no lugar de Marlone e, pouco depois, Leandro Donizete derrubou o atacante na frente da área e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo justamente expulso. O Corinthians tinha cerca de 15 minutos para fazer o dever de casa. O problema é que a falta de qualidade na finalização continuou. Rildo, Gustavo e Lucca, que entrou no lugar de Léo Príncipe, pouco ou quase nada faziam. E assim, o Corinthians mais uma vez decepcionou a sua torcida e parece contar os dias para acabar logo o ano e tentar mudar o máximo possível para a próxima temporada.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0 x 0 ATLÉTICO-MG
CORINTHIANS – Walter; Léo Príncipe (Lucca), Yago (Pedro Henrique), Balbuena e Guilherme Arana; Camacho, Marlone (Rildo), Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel e Rodriguinho; Gustavo. Técnico: Fábio Carille (interino).
ATLÉTICO-MG – Victor; Carlos César, Gabriel, Leonardo Silva e Fábio Santos; Leandro Donizete, Lucas Cândido e Hyuri (Patric); Robinho (Yago), Fred e Clayton (Dátolo). Técnico: Marcelo Oliveira.
CARTÃO AMARELO – Lucas Cândido (Atlético-MG).
CARTÃO VERMELHO – Leandro Donizete (Atlético-MG).
ÁRBITRO – Rodolpho Toski Marques (PR).
RENDA – R$ 760.443,00.
PÚBLICO – 17.371 pagantes.
LOCAL – Estádio Itaquerão, em São Paulo (SP).