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Campeão mundial na vara cai no doping por cocaína e culpa beijo em prostituta

Atual campeão mundial de salto com vara, Shawn Barber foi liberado para disputar os Jogos Olímpicos após ter sido flagrado em exame antidoping realizado na seletiva canadense, em julho. O caso veio a público apenas nesta quinta-feira, quando a ata do julgamento, que ocorreu durante a Olimpíada, foi publicada. Barber foi inocentado ao defender a tese de que os resquícios de cocaína no seu sangue eram resultado de um beijo em uma prostituta que havia consumido a droga.

A história é bastante peculiar e foi julgada pelo Centro de Resolução de Disputas Esportivas do Canadá (SDRCC), um tribunal de arbitragem. Pelo que Barber contou, ele procurou por um “encontro casual” em um site para este fim. Disse lá, especificamente, que queria uma “profissional” “livre de drogas”. Queria uma mulher para “aliviar o stress” durante o fim de semana. Tudo isso na véspera do início da seletiva canadense, em 8 de julho, em Edmonton.

Barber então recebeu no seu quarto de hotel a visita da “profissional”, chamada na ata do julgamento apenas de “W”. Essa mulher também compareceu ao julgamento e afirmou que consumira cocaína cerca de três horas antes do encontro. Depois, voltou a cheirar a substância no banheiro da suíte de Barber no hotel.

O saltador relatou que ficou por meia hora com a mulher e a beijou sem notar qualquer “gosto estranho”. De acordo com os dois, não teria havido pagamento pelo encontro. No dia seguinte, 9 de julho, Barber ganhou o Campeonato Canadense, com novo recorde do campeonato, e se classificou para a Olimpíada. Agora, perdeu o título e o recorde.

A notícia do resultado positivo no exame antidoping veio em 22 de julho e, em 11 de agosto, a dois dias de competir no Rio, ele foi julgado. A agência antidoping do Canadá queria uma suspensão de quatro anos, mas ele foi apenas advertido porque o árbitro entendeu que o saltador não teve intenção de consumir cocaína. Entre as alegações, a de que ele escreveu no anúncio que queria uma mulher livre de drogas.

Principal favorito a desafiar a supremacia de Renaud Lavillenie, Barber decepcionou no Rio de Janeiro, terminando apenas no 10.º lugar. Até esta quinta, não se sabia que, dois dias antes, ele fora julgado correndo o risco de ficar fora da Olimpíada e de levar quatro anos de gancho. Aos 22 anos, ele viu Thiago Braz ganhar o ouro no Rio.

“Eu estou feliz de deixar isso para trás e seguir minha carreira com a consciência limpa. Em nenhum momento eu considerei a possibilidade de ser contaminado com cocaína. Essa é uma experiência de aprendizado e espero que outros atletas possam aprender com isso”, escreveu o saltador em comunicado.

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