Robinho, Neymar, o Rei Pelé e muitos outros jogadores já foram ovacionados no Estádio Urbano Caldeira. Mas neste sábado a festa dos torcedores do Santos foi para quem tão bem recebeu vários craques do futebol mundial nos últimos 100 anos: a Vila Belmiro. Para a comemoração antecipada, já que a inauguração do campo ocorreu em 12 de outubro de 1916, a diretoria escolheu fazer um amistoso contra o Benfica, rival contra quem conquistou o título mundial de 1962.
Antes de a bola rolar, o público pôde acompanhar uma apresentação do cantor Roberto Leal e depois vivenciou um momento de nostalgia. Dorval, Mengálvio, Pepe, Coutinho e Lima foram presenteados pelo filho de Zito, companheiro e capitão dos campeões do mundo em 62 e 63, que faleceu no ano passado. Afastado de grandes solenidades há algum tempo, Pelé usou suas redes sociais para relembrar o amigo Eusébio, estrela do Benfica que enfrentou em diversas oportunidades. O eterno camisa 10 do Santos é o maior artilheiro do estádio, com 288 gols.
Representando todos os funcionários que também já passaram pelo clube, Manoel Gomes de Lima, o Seo Maneco, também foi homenageado. Ele trabalha há 54 anos na Vila Belmiro.
A partida também serviu como uma espécie de despedida para dois jogadores, Léo e Giovanni. Maior vencedor de títulos após a Era Pelé, com oito conquistas em 14 temporadas, o ex-lateral jogou o fim do primeiro tempo com a camisa do Benfica, clube por onde atuou por quatro anos, e só na segunda etapa vestiu a camisa 3 do Santos.
O JOGO – Apesar de ser apenas um amistoso, a primeira etapa foi marcada por muito equilíbrio e um principio de confusão, quando Cervi fez uma falta dura no veterano Renato aos 25 minutos. Mesmo iniciando a partida com força máxima, o Santos não conseguiu tirar o zero do placar. Copete, que furou cara a cara com o goleiro Ederson, e o zagueiro Fabián Noguera, após cobrança de escanteio, perderam as melhores oportunidades.
Pensando na sequencia do Brasileirão, Dorival Júnior cumpriu o prometido durante a semana e fez muitas substituições. Antes dos 30 minutos, o treinador mudou o time oito vezes. Já o líder do Campeonato Português entrou em campo com 15 desfalques, dentre eles o atacante Jonas o goleiro Julio Cesar, e sentiu a falta de entrosamento.
Na volta para o segundo tempo, Lucas Veríssimo cometeu pênalti em José Gomes. Salvio, um dos poucos titulares absolutos do time português, cobrou no meio do gol e abriu o placar. Completamente modificado, o Santos ainda marcou duas com Rodrigão, mas o atacante estava impedido em ambas oportunidades.
Aos 39 minutos, o jovem goleiro João Paulo ainda evitou o segundo do Benfica ao defender um pênalti de José Gomes. E quando o jogo parecia caminhar para uma vitória dos visitantes, o estreante Fabián Noguera aproveitou uma falha grotesca do goleiro Ederson para igualar o marcador.
Com o resultado de 1 a 1, o Santos mantém a invencibilidade contra o Benfica. Em oito oportunidades, que as equipes se enfrentaram, foram seis vitórias da equipe brasileira e dois empates. Mesmo com um histórico relativamente grande, foi a primeira vez que o confronto foi realizado na casa santista.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 x 1 BENFICA
SANTOS – Vanderlei (John Victor, depois João Paulo), Victor Ferraz (Daniel Guedes), David Braz (Lucas Veríssimo), Luiz Felipe (Fabián Noguera) e Zeca (Caju); Thiago Maia (Léo Cittadini, depois Fernando Medeiros), Renato (Yuri, depois Matheus Oliveira), Jean Mota (Paulinho, depois Joel), Elano (Vecchio, depois Walterson) e Copete (Rafael Longuine); Ricardo Oliveira (Giovanni, depois Rodrigão, depois Léo). Técnico: Dorival Júnior.
BENFICA – Ederson, André Almeida (Alan Benítez), Lisandro López (Rúben Dias), Luisão e Eliseu (Yuri Ribeiro); Danilo, Celis, Salvio, Luka Jovic (José Gomes) e Cervi (Dálcio); Carrillo (Léo, depois Diogo Gonçalves). Técnico: Rui Vitória.
GOLS – Salvio, no primeiro minuto, e Fabián Noguera, aos 42 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Raphael Claus
CARTÃO AMARELO – Luiz Felipe (Santos).
RENDA – R$ 575.152.
PÚBLICO – 10.149 pagantes.
LOCAL – Vila Belmiro, em Santos (SP).