As reações fervorosas de Fluminense e Palmeiras após a polêmica envolvendo a arbitragem no Fla-Flu da última quinta-feira, pelo Campeonato Brasileiro, incomodaram o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Para o dirigente, não houve qualquer anormalidade na anulação do gol de Henrique na vitória flamenguista por 2 a 1 em Volta Redonda. Ele garantiu que não viu ajuda externa à arbitragem, como os rivais alegaram, e minimizou a polêmica.
“Antes da cabeçada do Henrique, o assistente já tinha levantando a bandeira. O árbitro não pode ter ajuda melhor que essa. O que aconteceu depois, não sei. O fato é que não existe ajuda melhor do que a do bandeira. Se aconteceu alguma coisa depois, se eles discutiram, eu não posso dizer. Eu estava na cabine. Eu vi muito bem que após a cobrança da falta, houve um impedimento, antes que a bola entrasse no gol, e o bandeira já tinha levantando a bandeira”, declarou em entrevista à ESPN Brasil.
Na última quinta, o lance em questão causou muita polêmica pela demora na anulação do gol. Henrique marcou, o auxiliar assinalou impedimento, mas após uma rápida conversa o árbitro Sandro Meira Ricci validou o gol. Foram necessários mais 13 minutos e muito debate para que o juiz voltasse mais uma vez atrás e anulasse o lance. A confusão revoltou a diretoria do Fluminense, que através do presidente Peter Siemsen acusou Ricci de ter obtido ajuda externa – o que é proibido no futebol – e até ameaçou tentar a anulação do confronto.
“Quanto ao presidente do Fluminense, não entendi sua afirmação, de que ele tem certeza que houve interferência externa, quando todos nós vimos que houve interferência do auxiliar. Eles querem ter direito de ter um gol ilegal. Isso é direito deles? Eles têm direitos de fazer gols ilegais?”, comentou Bandeira de Mello.
Mas o que mais irritou o dirigente flamenguista foi a posição tomada pelo presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. Por conta da disputa direta entre os dois clubes pela título do Brasileirão, o mandatário alviverde se pronunciou nesta sexta, reclamou do lance e alegou que os árbitros se sentem “pressionados” em partidas do Flamengo, além de dizer que falta “vergonha na cara” no futebol brasileiro.
“Quem não tem vergonha na cara? Ele precisa ser explícito ao falar”, esbravejou Bandeira de Mello. “Que pressão é essa contra os árbitros que eles falam? A pressão é da torcida, da qualidade do time do Flamengo, da raça. Isso incomoda muita gente. Quem se sentiu pressionado? Se alguém está se sentindo pressionado é o próprio Flamengo.”
O presidente ainda listou algumas ocasiões em que considerou que seu time foi prejudicado. “Gostaria também que as arbitragens fossem imparciais, que o Flamengo não tivesse sido prejudicado da forma absurda que foi contra o jogo contra o São Paulo. Não gostaria que tivéssemos sido prejudicados no jogo contra o Palmeiras, em que jogamos parte do primeiro tempo e todo o segundo tempo sem um cara importante que tomou dois amarelos. Não gostaria que tivéssemos sido prejudicados no último minuto contra o Santos, com um pênalti clamoroso. Não gostaria que tivéssemos sido prejudicados contra o Corinthians, que tivemos um jogador massacrado no primeiro tempo e ele nem se recuperou ainda.”