Para ajudar a pagar os custos de sua prisão domiciliar em Nova York, o ex-presidente da CBF José Maria Marin colocou para locação uma mansão comprada por ele em 2014. O aluguel do imóvel, localizado no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres de São Paulo, é de pelo menos R$ 110 mil por mês.
A mansão, que já pertenceu à família Klabin Lafer (líder no setor de produção de papel no Brasil), fica em um terreno de 2.600 m² e tem 818 m² de área útil. Possui dois andares, 12 salas e 10 banheiros. A área externa tem dezenas de árvores e estacionamento para até 30 carros. Fica próxima ao MIS (Museu da Imagem e do Som).
O imóvel está disponível para locação na internet em pelo menos dois sites de imobiliárias especializadas em empreendimentos de alto padrão na região do Jardim Europa. Nas imagens internas do imóvel é possível observar que a casa está equipada com alguns móveis e sistema de ar-condicionado.
Em uma imobiliária, o valor da locação é de R$ 110 mil por mês. Em outra, é de R$ 120 mil. Antes de Marin comprar o imóvel, funcionava no local uma clínica médica de oncologia.
A mansão está desocupada e tem causado prejuízo ao ex-presidente da CBF. Segundo dados da Prefeitura obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) deste ano da casa foi de R$ 199,6 mil.
A mansão foi comprada pelo ex-dirigente em 2014, ano da Copa do Mundo, e está registrada em nome da JMN Empreendimento e Participações. Marin pagou R$ 13,5 milhões aos antigos donos, Miguel Lafer e Vera Lafer, de acordo com matrícula no 4.º Cartório de Registro de Imóveis da Capital. O instrumento de promessa de venda e compra foi assinado em 16 de abril de 2014, mas a escritura foi registrada quase um ano depois, em 6 de março de 2015.
Nos dados cadastrais da Prefeitura, o valor venal atualizado da mansão no Jardim Europa é de R$ 23.797.812,00, quase o dobro da quantia paga por Marin.
A empresa JMN Empreendimento e Participações foi constituída pelo dirigente para administrar seus bens. No dia 14 de agosto do ano passado, quando Marin já estava preso e acusado de corrupção e suborno, no entanto, ele retirou-se da sociedade e deixou como proprietários apenas sua mulher, Neuza Augusta Barroso Marin, e seu filho Marcus Vinícius Marin.
Na transação registrada na Junta Comercial de São Paulo, o ex-dirigente também transferiu a sua cota de participação na sociedade, no valor de R$ 91,8 mil, para sua mulher. Ela passou a ter R$ 183,6 mil do capital da empresa. Marcus Vinícius permanece como sócio, assinando pela JMN, e com valor de participação de R$ 122,4 mil.
NA MIRA DA JUSTIÇA – A saída de Marin da empresa após a sua prisão nos Estados Unidos faz parte da estratégia para tentar proteger o patrimônio da família, já que há a possibilidade de a Justiça norte-americana pedir às autoridades brasileiras o confisco e bloqueio das contas e bens do ex-presidente da CBF registrados no País.
O filho de Marin, responsável por cuidar do patrimônio da família enquanto o pai está preso em Nova York, não foi localizado pelo jornal O Estado de S.Paulo.