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Por projeto no Canindé, Portuguesa autoriza empresas a negociar com credores

A diretoria da Portuguesa autorizou o pool formando por Conexão 3 Desenvolvimento e Negócios, Fernandes Arquitetura e Grupo Iguatemi a negociar com os credores do clube um abatimento no valor da dívida e, desta maneira, viabilizar o acordo para revitalização da área onde está localizado o Canindé, na região central de São Paulo. Uma carta de intenção precisa ser assinada até esta quarta-feira.

A autorização foi concedida após o projeto ser apresentado na semana passada, primeiramente ao Conselho de Orientação Fiscal (COF) e posteriomente ao seleto grupo que se denomina os cardeais. A proposta é para o pagamento de R$ 160 milhões à vista e mais R$ 500 mil mensais para o clube alugar um estádio a fim de jogar no período das obras. No local, além de uma arena para 15 mil pessoas, serão erguidos shopping e hotel.

Apesar de o clube dar mais um passo para aceitar o acordo, internamente o clima ainda é de desconfiança. O presidente da Assembleia Geral, Antonio Silvestre, o Lambão, defende o tombamento da área do Canindé para o clube impedir os leilões nos dias 7 e 18 de novembro e ganhar tempo – o processo no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) pode demorar três ou quatro anos – para analisar tudo com calma. Eles alegam que o projeto estava na gaveta há alguns anos e só apareceu depois da decisão de entrar com o pedido de tombamento.

Coincidentemente, o responsável por apresentar o projeto, o conselheiro e membro do COF, Antonio Carlos Castanheira, é um dos dirigentes que emprestaram dinheiro ao clube e entraram com uma ação na Justiça que culminou com o leilão do Canindé.

Outro detalhe importante em relação ao projeto é que Daniel Hopf Fernandes, da Fernandes Arquitetura, é muito ligado ao presidente interino da Portuguesa, José Roberto Cordeiro. A ala política de Beto, como é conhecido no clube, é quem determina os rumos no Canindé e estava barrando os projetos anteriores. A briga interna foi responsável pela renúncia dos últimos três presidentes (Ilídio Lico, Jorge Manuel Marques Gonçalves e José Luiz Ferreira de Almeida).

Apoiador do pedido de tombamento que foi feito pela deputada estadual Clélia Gomes (PHS), Beto Freire, professor e torcedor da Portuguesa, esclareceu que não está contra o projeto apresentado ao clube. “Qualquer projeto idôneo e transparente tem nosso apoio, vamos dar prioridade para o presente e futuro do clube. Não existe de nossa parte impeditivo para o projeto da Conexão 3 ou qualquer outro que tenha a Portuguesa como beneficiaria”, escreveu.

“A iniciativa de tombamento é preservar a memória da Portuguesa, foi apresentado quando nada de concreto estava em andamento e anteriormente ao projeto da nova arena, nosso objetivo sempre foi evitar a morte da Lusa”, acrescentou a nota divulgada por Freire, que organizou uma petição online para ajudar no processo da deputada.

O Condephaat aceitou abrir um dossiê preliminar e o clube tem 60 dias para entregar os documentos. Depois disso, se aprovado, será aberto efetivamente o estudo sobre o tombamento.

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