Petistas estão dispostos a deixar candidatura em SP por Haddad

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT receberam nesta terça-feira, 28, os sete pré-candidatos petistas à Prefeitura de São Paulo, e a principal conclusão foi a de que o único nome de consenso hoje no partido é o do ex-prefeito e candidato derrotado à Presidência em 2018 Fernando Haddad. Segundo relatos, todos os pré-candidatos se comprometeram a retirar seus nomes da disputa caso Haddad decida disputar a eleição.

Haddad vem dizendo há meses que não quer voltar a se candidatar à Prefeitura, cargo que ocupou entre 2013 e 2016 e perdeu para João Doria (PSDB) na disputa pela reeleição. Lula chegou a defender que o ex-prefeito fosse candidato neste ano, mas, diante das negativas enfáticas de Haddad, também tem dito abertamente que ele passou a ser um "nome nacional" depois de ir para o segundo turno contra Jair Bolsonaro em 2018.

A pressão interna sobre o ex-prefeito, no entanto, deve continuar. No final da semana, o Diretório Estadual do PT de São Paulo discutirá as eleições municipais. Já se colocaram para a disputa o ex-deputado Jilmar Tatto, o vereador Eduardo Suplicy, o ex-secretário Nabil Bonduki e os deputados Alexandre Padilha, Paulo Teixeira e Carlos Zarattini, além de Kika da Silva, militante da base do partido.

<b>Respaldo</b>

Em entrevista recente, Lula disse que todos têm histórico político, mas precisam transformar isso em "apoio popular", ou seja, em votos, e defendeu o surgimento de uma "novidade". Integrantes do PT sondaram vários nomes para ser a "novidade de Lula": o jornalista Juca Kfouri, o filósofo Mário Sérgio Cortella, a produtora dos Racionais MC, Eliana Dias, e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas. Até agora nenhum deles se viabilizou.

O calendário interno, que previa a escolha do candidato no dia 15 de março, pode atrasar até duas semanas em função da comemoração dos 40 anos do PT, dia 7, no Rio.

Também ficou acertado que o partido vai realizar pesquisas quantitativas e qualitativas incluindo os nomes de todos pré-candidatos, uma rodada de 18 debates nos diretórios zonais e consultas ao PSOL, ao PC do B e à ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido), cotada para ser vice.

Na reunião desta terça, Lula voltou a negar que Haddad seja candidato em São Paulo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, incorporou o discurso de Lula de que o ex-prefeito é um "nome natural" para disputar o Planalto em 2022 caso o ex-presidente permaneça inelegível.

Avaliações internas, porém, mostram que Haddad pode perder terreno caso não seja candidato agora. O grupo de Gleisi atropelou os aliados de Haddad na disputa por cargos da direção petista. Além disso, começaram a circular boatos de que Lula teria convidado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), para se filiar ao PT. Lula e Dino negaram enfaticamente em suas redes sociais. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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