A alta cúpula da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) anunciou neste domingo, em Mônaco, a aprovação de uma série de reformas propostas pelo presidente da entidade, o britânico Sebastian Coe, com a intenção de superar os escândalos de corrupção e doping que foram deflagrados desde o final de 2015.
O pacote de reformas de Coe, chamado de “Hora da Mudança”, foi aprovado neste sábado com 95% dos votos, ou 182 de 192 votos válidos, das federações no congresso especial da IAAF realizado neste final de semana.
Entre as mudanças mais importantes aparece a criação de um organismo independente da IAAF para lidar com os casos de doping dos atletas internacionais, que antes era uma função reservada às confederações de cada país. A chamada Unidade de Integridade começa a operar em abril.
Para a IAAF, a reforma vai agilizar as punições aos flagrados, uniformizará as sanções, além de reduzir as oportunidades de se criar esquemas de corrupção e favorecimento de certos atletas.
“Não podemos permitir que isto volte a acontecer”, afirmou Coe. O mandatário disse que a gestão de seu antecessor concentrou o poder em poucas pessoas. O senegalês Lamine Diack, ex-presidente do órgão, responde a acusações de corrupção e lavagem de dinheiro na França. “Nosso esporte e nossa família estão ameaçados”, complementou.
A partir de 2023, as mulheres terão representação equitativa na junta da IAAF e os membros do conselho, incluindo o presidente, poderão permanecer no cargo por no máximo três mandatos de quatro anos. Também haverá uma maior supervisão sobre os funcionários da entidade, e os atletas terão dois representantes no conselho, em vez de um, como é atualmente.
Segundo Coe, as reformas tendem a garantir que “jamais exista tanto poder em uma só pessoa”. Ele acrescentou que essas são as medidas necessárias para administrar um negócio responsável pela circulação de milhões de dólares. “Estamos instalando uma estrutura que deveria ter sido implementada há anos”, finalizou.