O senador Romário de Souza Faria (PSB-RJ) protocolou nesta terça-feira pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra seis dirigentes ligados à CBF, incluindo o atual presidente, Marco Polo Del Nero, e os dois últimos mandatários da entidade, José Maria Marin e Ricardo Teixeira. Os três são acusados de “receber vantagem pessoal para direcionar a contratação de serviços e de patrocínios para determinadas empresas”.
Marin e Teixeira também são suspeitos de terem recebido benefícios pessoais na negociação envolvendo a compra da sede da CBF. A acusação também recai sobre o ex-diretor financeiro da entidade Antônio Osório, que o senador também requer que seja investigado pelo STJD.
O documento protocolado nesta terça pede ainda que sejam apuradas as atuações de um dos quatro atuais vice-presidentes da CBF, Gustavo Dantas Feijó, e do atual diretor de registro e transferências da CBF, Reynaldo Buzzoni.
Sobre os dois, o pedido de investigação informa que “há fortes indícios de participarem de um esquema criado para favorecer economicamente a grupos criminosos que aliciam jogadores, sem o conhecimento da agremiação com a qual o atleta possui vínculo contratual de trabalho, para em seguida negociá-los, com a obtenção de lucros exorbitantes, em detrimento do clube empregador”.
As denúncias de Romário são baseadas no relatório paralelo elaborado por ele e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao final da CPI do Futebol do Senado. Duas cópias do documento, de mais de mil páginas, foram anexados ao pedido de investigação, que foi encaminhado ao presidente do STJD, Ronaldo Botelho Piacente, e ao procurador-geral do tribunal, Felipe Bevilacqua.
O STJD tem poder de atuação apenas na esfera desportiva, de modo que as denúncias apresentadas nesta terça-feira poderão ter consequências apenas na mesma esfera. Dessa forma, todos os envolvidos poderão ser enquadrados por infração ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Eles estão sendo acusados de atentar contra a ética esportiva. As penas previstas variam de multa, que pode chegar a R$ 100 mil para cada infração, suspensão das atividades por até dois anos ou até mesmo banimento do futebol.