Chegou ao fim nesta quarta-feira a carreira daquele que é considerado o maior ciclista olímpico de todos os tempos. Com cinco medalhas de ouro e oito no total, o recordista em conquistas na história da modalidade Bradley Wiggins anunciou oficialmente sua aposentadoria das pistas e das estradas.
“Eu fui sortudo o suficiente para viver um sonho e atingir meus sonhos de infância ao ter uma vida e uma carreira no esporte pelo qual me apaixonei aos 12 anos. Eu encontrei meus ídolos e pedalei com os melhores por 20 anos. Eu trabalhei com os melhores técnicos e chefes de equipe do mundo, e sempre serei grato ao apoio deles”, escreveu Wiggins em sua conta no Facebook.
Wiggins começou sua carreira de conquistas internacionais em 1998, quando venceu a prova de perseguição individual no Mundial Júnior de Ciclismo de Pista. Dois anos depois, ganharia a primeira de suas 12 medalhas em Mundiais adultos da disciplina, das quais sete são de ouro.
Seu grande feito, porém, foi ter conseguido, como nenhum outro na história, ser bem sucedido tanto na pista quanto no ciclismo de estada. Já dono de seis medalhas olímpicas, sendo três delas na perseguição por equipes, passou a priorizar as grandes voltas a partir de 2009.
Venceu a Volta de França de forma histórica em 2012, tornando-se o primeiro britânico a alcançar tal feito. Ainda ganhou clássicas importantes como a Paris-Nice e o Tour da Grã-Bretanha, além de ter conquistado o título mundial de 2014 na estrada, após duas pratas.
Ainda era um dos melhores do mundo na estrada quando decidiu voltar com tudo para a pista, ganhando duas medalhas no Mundial deste ano, em Londres, sua casa, e depois o ouro olímpico na perseguição por equipes no Rio-2016.
A aposentadoria já era esperada, tanto que ele nunca escondeu que o tradicional Seis Dias de Ghent, na Bélgica, um torneio de duplas, em novembro, seria sua última competição. Ali, na cidade em que nasceu, venceu ao lado de outra figura histórica, o também britânico Mark Cavendish.
Aos 36 anos, Wiggins se aposenta tendo ganhado praticamente tudo que disputou, com o título de Sir, concedido pela rainha Elizabeth II em 2013, e, tão importante quanto tudo isso, sem nenhuma mancha de doping em seu extenso currículo.
“O ciclismo me deu tudo e eu não poderia ter conseguido isso sem o apoio da minha maravilhosa esposa Cath e as minhas incríveis crianças. 2016 é o fim da estrada deste capítulo”, escreveu Wiggins, antes de deixar um ensinamento – “Pés no chão e cabeça nas nuvens” – e de exaltar seu feito: “Crianças de Kilburn (um bairro de Londres) não vencem ouros olímpicos e a Volta da França. Agora elas vencem”.