Em um de seus últimos atos com o prefeito do Rio, Eduardo Paes cancelou a cessão de um terreno em Vargem Grande, na zona Oeste da cidade, para que Botafogo e Vasco construíssem lá seus centros de treinamento. A área havia sido doada em março de 2013, mas nenhum dos dois clubes tirou os projetos do papel.
A área, de 60 mil metros quadrados, comprada pela prefeitura junto à Caixa Econômica Federal, fica no mesmo bairro onde o Flamengo construiu o Ninho do Urubu, em terreno adquirido pelo próprio clube. Vasco e Botafogo, entretanto, reclamavam do terreno recebido ser pantanoso, o que implicaria um custo alto para deixá-lo apto a receber edificações e campos de futebol.
A cessão valia por 50 anos, renováveis por mesmo período, e exigia como contrapartida que os centros de treinamento fossem disponibilizados para as equipes que disputariam a Copa do Mundo em 2014. Até hoje, porém, nem Vasco nem Botafogo haviam apresentado projeto ou cronograma de obras.
Em 2013, quando recebeu o terreno, o Botafogo disse que a cervejaria Ambev arcaria com parte das obras. O Vasco planejava ter o suporte da mesma empresa, que já investia em melhorias no Engenhão e em São Januário.
À mesma época em que Vasco e Botafogo receberam um terreno para dividir, o Fluminense foi contemplado pela prefeitura do Rio com um de 40 mil metros quadrados em Jacarepaguá, também por 50 anos, renováveis. As obras começaram em meados de 2015 e o local foi oficialmente inaugurado em julho passado, apesar de ainda não estar pronto.
O centro de treinamento seria bancado por Celso Barros, presidente da Unimed, então patrocinadora do clube. No fim, quem pagou por grande parte da obra foi Pedro Antonio Ribeiro da Silva, vice de projetos especiais, que dá seu nome ao local. Os empréstimos dele ao para viabilizar as obras ultrapassariam os R$ 15 milhões.