Preocupados com os inúmeros problemas na gestão das confederações esportivas e cientes das dificuldades financeiras para o ciclo olímpico de Tóquio-2020, atletas brasileiros começam a se mobilizar em busca de maior espaço nas decisões do esporte. Nesta quinta-feira, dirigentes e atletas de quase todas as confederações olímpicas estiveram na sede do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para tratar do tema e pleitear por mudanças.
Nenhuma decisão efetiva foi tomada, mas o primeiro encontro serviu para os esportistas apresentarem suas preocupações. O tema “gestão” foi o mais citado. “Nesse primeiro momento a gente precisa entender o que acontece em cada confederação. O que mais foi abordado foi gestão, gestão técnica e recursos”, disse o judoca Tiago Camilo, presidente da comissão de atletas do COB. “É uma realidade e uma direção do esporte mundial. Não se faz mais o que se fazia há 20 anos. A gente tem que mudar.”
Um novo modelo de governança deverá ser buscado, mas isso não quer dizer que mudanças profundas deverão acontecer, especialmente no curto prazo. Isso porque cada confederação tem total autonomia.
“São muitas questões a serem pensadas”, declarou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB. “A participação das comissões de atletas vai se intensificar. Foi mostrado um modelo de gestão como é feito pelo COB. Não quer dizer que é perfeito, porque perfeito nada é.”
Apesar de ter sido o primeiro encontro do gênero e nenhuma decisão efetiva ter sido tomada, Tiago Camilo saiu esperançoso. “A gente está vendo o que está acontecendo no Brasil, por problemas de administração. O brasileiro não aguenta mais isso. O que não faz bem a gente tem que mudar”, afirmou o judoca.