A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) acentuou nesta quarta-feira, 13, sua projeção para a queda da demanda global pela commodity este ano para 9,07 milhões de barris por dia (bpd). Há um mês, a entidade que tem sede em Viena, na Áustria, passou a estimar pela primeira vez que havia queda do consumo. Na ocasião, alterou sua expectativa para a demanda mundial de uma alta de 6,9 milhões de bpd para uma queda de 6,8 milhões de bpd.
Com este cenário, que leva em conta os reflexos da pandemia de coronavírus sobre o setor, a média da demanda em 2020 deve ser de 91,10 milhões de bpd. Em abril, quando a Opep estimou que a queda do uso de petróleo este ano seria de uma média de 92,82 milhões de bpd, já havia mencionado que se tratava de uma marca "histórica".
Para 2019, a instituição ressaltou que o crescimento da demanda mundial por petróleo foi mantido praticamente inalterado em comparação com a avaliação do mês passado. A estimativa para o ano passado, que ainda não foi fechado oficialmente, conta com um aumento de 830 mil bpd em relação a 2018, para uma média de 98,72 milhões de bpd.
<b>Pontos para mitigar demanda</b>
Dois pontos podem ajudar a mitigar a demanda menor por petróleo em 2020 causada pela pandemia de coronavírus e suas consequências econômicas, segundo a Opep. O primeiro citado pela instituição em seu relatório mensal divulgado é o alívio "mais cedo do que o esperado" de medidas governamentais relacionadas à covid-19. O segundo seria uma resposta mais rápida do crescimento econômico aos pacotes de estímulo extraordinários implementados por vários países do mundo.
"A pandemia de covid-19 causou uma recessão econômica e corroeu o crescimento da demanda de petróleo em muitos países do mundo, com impactos negativos imprevistos no combustível de transporte", salientou a entidade no documento. "Os bloqueios anunciados em muitos países do mundo – particularmente nos Estados Unidos, Europa, Índia e Oriente Médio – estão causando atividades reduzidas de viagens aéreas, além de menor movimentação por terra, afetando negativamente o crescimento da demanda por gasolina e combustível de aviação no segundo trimestre de 2020 e no ano como um todo", continuou.
A Opep também salientou que os combustíveis industriais devem enfrentar uma pressão em resposta à atividade de fabricação reduzida em comparação com o ano passado, afetando negativamente a demanda por diesel e combustível residual. A Organização comentou ainda que prevê uma redução neste ano do uso da matéria-prima petroquímica em função da diminuição do consumo de plástico pelos usuários finais.