Após o crescimento de 0,4% em 2020, o governo de São Paulo projetou nesta quinta-feira um avanço superior a 5% da economia do Estado neste ano. A previsão foi feita pelo secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles, em apresentação, ao lado do governador João Doria (PSDB), de dados que mostraram a economia paulista na contramão da queda do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no ano passado.
Durante o evento, ambos evitaram estimar o impacto econômico vindo do fechamento, anunciado na quarta, de atividades não essenciais no Estado. Preferiram dar ênfase a perspectivas positivas baseadas no avanço no programa de vacinação, com Doria reafirmando o seu compromisso de imunizar toda a população de São Paulo até o fim do ano.
Segundo Meirelles, a economia de São Paulo, após oito meses consecutivos de crescimento que a colocaram, já em dezembro, em nível 5,6% superior ao do pré-crise, entrou em 2021 preparada para crescer. A confiança, acrescentou, vem da evolução do programa de vacinação em São Paulo.
"Não podemos nos esquecer que a crise é resultado da pandemia, e vamos crescer como resultado da vacina", comentou o secretário da Fazenda do governo paulista.
Em defesa da responsabilidade na condução das contas públicas, Meirelles, que foi ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, ponderou que a retomada dos investimentos e a recuperação da economia brasileira neste ano dependerá da solidez fiscal, de modo que o crescimento possa acontecer de forma mais sustentável, sem a necessidade de estímulos do Tesouro Nacional. "A pior coisa que podemos enfrentar é sair de uma crise sanitária e entrar numa crise fiscal É ancorar o País do ponto de vista fiscal para a economia voltar a crescer."
<b>Vacina</b>
De acordo com Doria, São Paulo terá mais de 70% da população imunizada na entrada do último trimestre do ano, o que vai gerar impacto positivo na economia na reta final de 2021. "Não há hipótese de terminar o ano sem todos os brasileiros residentes em São Paulo vacinados", voltou a prometer o governador.
O tucano informou que a partir da sexta-feira, 5, de manhã o Instituto Butantan começa a processar, 24 horas por dia, os 8,1 mil litros de insumo da vacina CoronaVac recebidos nesta quinta. O plano é entregar 14 milhões de doses do imunizante no próximo dia 25, volume que, conforme projetou o governador, chegará a 35 milhões de doses a todo o Brasil até o fim do mês. Deste total, 22% ficam em São Paulo pela regra de proporcionalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), pontuou Doria.
<b>Comparação</b>
A comparação do resultado da economia de São Paulo com a retração de 4,1% do PIB nacional no ano passado – um desempenho que entra na conta do presidente Jair Bolsonaro, adversário político de Doria – foi uma constante durante o evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Meirelles frisou que enquanto o Brasil como um todo teve a maior queda de atividade desde a década de 1990, a economia de São Paulo cresceu 0,4% no ano passado.
O secretário ainda exibiu durante a sua apresentação um slide no qual o crescimento do Estado é contraposto à queda de 3,5% da economia mundial, assim como à retração de países como Estados Unidos (3,5%), Japão (4,8%) e México (8,5%).
A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, também participou da cerimônia para mostrar que pouco mais de 120 mil empresas foram abertas em São Paulo, já descontando o total de fechamentos. É o maior saldo desde 2013, sendo atribuído à isenção da taxa de abertura de empresas entre 25 de agosto e 3 de outubro.