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Com patrocínio menor, CBT demite funcionários, muda sede e tenistas perdem bolsas

O tênis brasileiro não ficou imune à crise econômica. Com uma perda de 78% do valor do patrocínio dos Correios em 2016, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) precisou demitir funcionários e mudou sua sede para reduzir custos. Individualmente, os principais tenistas do País, como Thomaz Bellucci, Bruno Soares e Marcelo Melo, perderam as bolsas que recebiam mensalmente no contrato de patrocínio com a estatal.

A perda para os atletas alcança até R$ 10 mil mensais, no caso dos melhores duplistas do Brasil, fora os bônus por resultados. Soares, que atualmente forma dupla com o britânico Jamie Murray, passou a ficar sem o pagamento extra, que lhe rendeu no ano passado R$ 50 mil como premiação pela conquista do Aberto da Austrália – só não ganhou mais, pelo título do US Open, porque já atingira o teto da premiação com o troféu em Melbourne.

No caso de Bellucci, atual número 1 do Brasil, e Teliana Pereira, que chegou a figurar no Top 50 do ranking mundial, as bolsas variaram entre R$ 6 mil e R$ 8 mil. Para os tenistas mais jovens, como Orlando Luz e Beatriz Haddad Maia, os valores giravam em torno de R$ 2,5 mil, segundo dados da CBT. Ao todo, 24 tenistas do Brasil, dos mais jovens aos campeões de Grand Slam, ficaram sem estas bolsas desde setembro do ano passado, quando se encerrou o vínculo anterior com da CBT com os Correios.

“Os Correios respeitam e valorizam os esforços dos atletas, porém seus contratos de patrocínio precisam limitar-se aos valores que orçamentariamente se impõem no momento”, afirmou o presidente da estatal, Guilherme Campos.

Na renovação do contrato, a CBT não conseguiu manter o valor de patrocínio anual de R$ 9 milhões, desembolsado pelos Correios em 2016. O tombo de 78% significa um pagamento de R$ 2 milhões por ano no novo contrato, com duração até o fim de 2018. O patrocínio da estatal era a principal fonte de orçamento para a CBT, que agora tem o repasse de R$ 2,3 milhões anuais do Comitê Olímpico do Brasil (COB), através da Lei Agnelo-Piva, como maior fonte de recursos.

Com a “drástica” redução nos valores paos pelos Correios, segundo palavras do novo presidente da CBT, Rafael Westrupp, a entidade precisou fazer esforços para se enquadrar na nova realidade. E cortou seu Plano Nacional de Alto Rendimento, que desde 2013 provia aos tenistas uma bolsa de patrocínio mensal.

O fim do Plano Nacional foi mais uma das consequências da redução dos valores repassados pelos Correios, que sofre com a crise econômica. A estatal sofreu prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015 e os valores de 2016, ainda não oficializados, devem alcançar ao menos R$ 2 bilhões.

“Nos readequamos financeiramente, não para encaixar o orçamento na CBT, mas para encaixar a CBT dentro do orçamento”, disse ao Estado o novo presidente da entidade, empossado no último sábado. “Não estamos mais conseguindo fazer o pagamento na conta deles, mas estamos dando o suporte e condições ainda para se manterem bem no calendário”, afirmou Westrupp, ao se referir a ajuda com passagens aéreas aos atletas.

Neste processo de enxugamento da estrutura, a CBT reduziu o quadro de funcionários de 19 para 14 e extinguir alguns cargos, que resultaram na economia de R$ 89 mil por mês.

Outra forma de conter despesas foi deslocar a sede de São Paulo para Florianópolis. A mudança significou economia mensal de R$ 20 mil com o aluguel da sede na capital paulista. “Éramos inquilinos lá, não tínhamos quadra. Hoje a CBT tem uma casa, com cinco quadras, e onde já foi disputada Copa Davis e três edições do WTA de Florianópolis”, explica Westrupp, que é de Florianópolis. Com a mudança, a CBT vai funcionar no prédio da Federação Catarinense de Tênis, já presidida por Westrupp, porém com gestões separadas.

“A FCT foi super solidária ao compartilhar o prédio com a CBT. Não é o melhor dos mundos que estamos vivendo agora, mas estamos esperançosos. Tenho certeza de que vamos pa

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