O ex-presidente peruano Martín Vizcarra e a mulher estão com covid-19, seis meses após terem se vacinado de forma polêmica com o imunizante Sinopharm. A informação foi divulgada neste domingo, 25, em meio à segunda onda da pandemia no país, impulsionada pela variante de coronavírus com origem no Brasil.
"Apesar dos cuidados necessários para evitar trazer o vírus para casa, minha mulher e eu temos testamos positivo para covid e somos sintomáticos", escreveu Vizcarra no Twitter. O ex-presidente acrescentou que sua família está "tomando as medidas de isolamento necessárias" e pediu aos peruanos para "não baixarem a guarda".
O anúncio de Vizcarra foi feito apenas uma semana depois de o Congresso peruano o proibir de ocupar qualquer cargo público por dez anos, por ele ter se vacinado secretamente em outubro de 2020, quando era presidente. Um mês depois, Vizcarra foi destituído por um suposto caso de corrupção.
No chamado caso Vacinagate, o ex-presidente admitiu que recebeu as duas doses da vacina antes de ela ser aprovada pelas autoridades de saúde locais, mas negou ter agido de forma irregular. O escândalo explodiu em fevereiro e envolveu 487 pessoas, a maioria funcionários, incluindo duas ministras do atual governo interino.
No início, o ex-presidente alegou que ele e a ex-primeira-dama Maribel Diaz haviam sido vacinados contra a covid-19 como parte dos 12 mil voluntários que participaram dos ensaios clínicos que a Sinopharm realizou no país.
Como resultado, o Congresso abriu uma investigação e, após ter sido o candidato mais votado para o Congresso nas eleições gerais de 11 de abril, ele teve os direitos políticos suspensos por dez anos.
Vizcarra, de 58 anos, foi criticado por não ter usado máscara, nem ter respeitado o distanciamento social durante sua campanha para as eleições parlamentares. A infecção ocorreu na semana em que o Congresso o inabilitou. (Com agências internacionais)