Pela segunda vez neste ano, o semestre começará mais tarde para quase 5 mil alunos do câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP). A limpeza e manutenção necessárias no local atrasarão as aulas em alguns dias, segundo a assessoria de imprensa da unidade. Após constatação de contaminação no solo, o câmpus havia sido interditado em janeiro e foi liberado pela Justiça na semana passada.
As classes deveriam retornar na próxima segunda-feira, como prevê o calendário oficial da USP. Não há data definida para o início das aulas no câmpus Leste, mas a expectativa é de que seja em agosto. A Comissão de Graduação e a diretoria da unidade definirão o novo calendário até o fim da semana.
A falta de espaço adequado atrasou a volta às aulas em seis semanas no começo do ano, quando o câmpus estava interditado por problemas ambientais no solo. Essa demora fará com que o primeiro semestre letivo se estenda até 15 de agosto, com as últimas reposições de classe e provas de recuperação. A Faculdade de Tecnologia (Fatec) Tatuapé, também na zona leste, abrigará essas atividades.
Segundo a assessoria de imprensa da USP Leste, o acordo entre a universidade e o Centro Paula Souza, responsável pela Fatec, foi estendido até o dia 15 para receber essas atividades. O prazo inicial para o término do acordo era depois de amanhã. A Fatec também abrigou parte das aulas da USP Leste durante o último semestre.
Além da limpeza das salas e laboratórios, a diretoria da USP Leste solicitou vistoria dos bombeiros para retornar ao câmpus e análise da qualidade da água do local. O deslocamento de livros e equipamentos que haviam sido retirados da unidade tem sido feito aos poucos. O câmpus também não foi reaberto aos servidores, que seguem trabalhando em salas improvisadas fora do terreno.
Impacto
A interdição do câmpus também prejudicou a produção científica da unidade. “Aproximadamente 50% da pesquisa foi interrompida ou diminuída drasticamente”, diz Mário Pedrazzoli, presidente da Comissão de Pesquisa da USP Leste. “Desperdício do dinheiro público investido”, afirma.
Segundo Pedrazzoli, o bloqueio do câmpus fez com que agências de fomento à pesquisa cortassem bolsas e investimentos a trabalhos da unidade. Nos próximos dias, a comissão pretende pedir verbas extras à Pró-reitoria de Pesquisa da USP para retomar os trabalhos. A comissão também já verificou perda de material biológico estocado e furto de equipamentos durante o fechamento do câmpus.
O calendário de atividades acadêmicas também pode ser prejudicado pela greve de professores e funcionários, parados há dois meses contra o congelamento salarial. Segundo a reitoria, a adesão de docentes é mais baixa do que a de servidores e o fechamento do primeiro semestre não foi prejudicado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.