O lutador de artes marciais Renan Menezes de Souza, de 22 anos, é procurado pela Justiça do Rio acusado de estuprar pelo menos quatro jovens. As vítimas eram pessoas conhecida para as quais ele oferecia carona depois de uma festa. O Disque-Denúncia oferece recompensa de R$ 2 mil por informações que possam levar à prisão do lutador, que está foragido.
A prisão preventiva de Souza foi pedida pelo promotor Eduardo Paes Fernandes para a 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá. O pedido é relativo à acusação de estupro de uma jovem em abril deste ano. Na terça-feira, 29, policiais fizeram uma diligência na casa da família do lutador, em um condomínio de luxo em Jacarepaguá, na zona oeste, mas ele não foi encontrado.
Neste ano, Souza deu carona para a vítima e levou-a para um local ermo, nos fundos do condomínio onde mora. A jovem contou que foi imobilizada por Souza que arrancou seu short e depois a estuprou. Após cometer o crime, o lutador, que é filho do dono de uma rede de supermercados, ainda tentou intimidar amigos da vítima, por meio de telefonemas e mensagens postadas em uma rede social. Além do crime de estupro, ele responderá por perturbação do trabalho e do sossego alheio.
Durante a investigação, outras duas adolescentes procuraram a Delegacia da Mulher (Deam) para fazer registrar ocorrências.
O primeiro caso foi registrado em 2009, quando Souza tinha 17 anos, por isso consta na ficha criminal do lutador como anotação criminal. Apesar de ser menor de idade na época, Souza dirigia um Honda Civic. A tática, segundo familiares da vítima, que tinha apenas 13 anos na época do crime, era a mesma: ele ofereceu carona e atacou a adolescente dentro do carro. De acordo com a promotoria, Souza teria ameaçado o padrasto dessa vítima, caso ele fizesse o registro. O homem, no entanto, não se intimidou e procurou a polícia.
Para o juiz Marco José Mattos Couto, que decretou a prisão preventiva, a periculosidade de Souza é “inquestionável, especialmente porque o lutador vem colecionando vítimas sexuais que se calam por medo de que algo ainda mais grave lhes aconteça”. “Talvez acreditando que a sua condição social – classe média – lhe garanta alguma proteção jurídica, o acusado age como se pudesse fazer o que bem quisesse”, acrescentou Couto.
O perfil do lutador, segundo o juiz, recomenda a sua prisão cautelar para que tanto as vítimas e quanto as testemunhas tenham tranquilidade para depor. Por isso, o promotor Fernandes ressalta a importância de a Justiça manter a prisão do acusado. Ainda de acordo com a decisão judicial, o réu costuma pressionar as pessoas que irão depor para que não o incriminem.