O candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Gilberto Maringoni, defendeu que a polícia do Estado de São Paulo tenha uma maior “civilidade” e “sangue frio”. “A polícia paulista tem agido nos últimos anos com grau exagerado e exacerbado de violência”, disse nesta quarta-feira, ao participar da série “Entrevistas Estadão”.
Maringoni criticou as prisões sem provas de manifestantes que participaram de atos violentos, citando o caso do estudante Fábio Hideki Harano e do professor Rafael Marques Lusvarghi, que foram presos acusados de portar explosivos. Laudos periciais depois mostraram que o material usado pelos dois não era explosivo. “O governador Geraldo Alckmin (PSDB) respondeu, aqui no Entrevistas Estadão que a polícia agiu com absoluto profissionalismo. Não sei de que profissão ele está falando, pois se faz uma acusação muito pesada e se prova que ela não existe”, disse.
O candidato rechaçou também as suspeitas de envolvimento do PSOL com os black blocs ou com qualquer forma de violência nas manifestações populares que se intensificaram desde junho de 2013. “O PSOL absolutamente não está envolvido com essa tática black bloc”, afirmou. Maringoni disse que, pessoalmente, é contra a violência e que ela afasta a participação popular.
Maringoni propõe desmilitarizar a polícia, unificar a polícia Civil e a Militar. “Elas têm papéis distintos, mas há uma superposição”, argumentou. O problema, segundo ele, é que a Polícia Militar é treinada para ver manifestantes suspeitos como “inimigos” e que isso precisa mudar. “A polícia deve ter uma postura mais colaborativa com a cidadania.”
Com relação aos altos índices de violência, com crescimento recente no número de roubos, Maringoni disse ser importante melhorar as condições sociais no Estado, elevando a qualidade de vida com políticas de educação, emprego, saúde. “Isso não é blá blá blá de esquerda”, argumentou, ao defender que as políticas públicas nessas áreas têm impacto real. Gilberto Maringoni (PSOL) é o terceiro convidado da série Entrevistas Estadão, da qual participam os principais candidatos ao governo de São Paulo.