Por falta de quórum, a CPI da Petrobras do Senado adiou na manhã desta quarta-feira, 06, a reunião marcada para votar requerimentos de convocação de autoridades e de quebra de sigilo. A decisão ocorreu em meio à suspeita, levantada em vídeo divulgado pela revista VEJA no fim de semana, de que teria havido combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e depoentes.
Apenas quatro senadores haviam registrado a presença para a reunião, que foi aberta com meia hora de atraso pelo presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Assinaram a presença, além de Vital, o relator José Pimentel (PT-CE), o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), e o senador Aníbal Diniz (PT-AC). Pelo regimento, as votações precisam de, pelo menos, seis integrantes.
Vital alegou que a reunião da CPI não foi realizada porque o plenário do Senado realizaria uma sessão de votação. Quando o plenário está em processo de votação, as comissões têm de obrigatoriamente suspender os trabalhos. “Em virtude da ordem do dia, não temos condições regimentais de deliberar dentro desta comissão”, anunciou ele ao cancelar o encontro e remarcá-lo para a próxima quarta-feira, 13, às 10 horas.
Em entrevista depois, confrontado com a falta de quórum, o presidente da CPI admitiu que não tinha mesmo como votar. Ele reconheceu que tem sido difícil garantir uma presença mínima para a votação de requerimentos e criticou, mais uma vez, a ausência da oposição, que tem questionado a legitimidade dos trabalhos da CPI.
Vital defendeu o relator da comissão da suspeita de envolvimento no suposto vazamento de informações. E disse que a pressão para retirá-lo do cargo, feita pela oposição, atende a “interesses políticos”.